Conceito do Ensino Híbrido: Rotação por Estações
O modelo de Rotação por
Estações é uma das modalidades mais conhecidas e aplicadas do ensino
híbrido. Ele é caracterizado pela organização da sala de aula em diferentes
"estações" ou centros de aprendizagem. Os alunos, em pequenos grupos,
se revezam por essas estações, que incluem atividades variadas, sendo pelo
menos uma delas realizada com o uso de tecnologia de forma individual ou em
grupo.
Esse modelo integra de forma
intencional o aprendizado online com a instrução presencial. O objetivo é
permitir que o professor personalize o ensino, oferecendo suporte a grupos
menores enquanto outros trabalham de forma autônoma.
O conceito e a formalização dos
modelos de ensino híbrido, incluindo a Rotação por Estações, foram amplamente
difundidos por pesquisadores do Clayton
Christensen Institute[1],
uma organização que se dedica ao estudo da inovação disruptiva.
Principais Referências Teóricas
Michael
B. Horn e Heather Staker são
considerados as maiores referências no tema. Em seu livro "Blended: Using Disruptive Innovation to
Improve Schools" (2014), eles definem o ensino híbrido e
categorizam os diferentes modelos, como a Rotação por Estações. Eles descrevem
a Rotação por Estações como um modelo no qual "os alunos rodam entre
estações de aprendizado, no mínimo uma delas é uma estação de aprendizado
online. O modelo de Rotação difere do modelo de Laboratório Invertido, pois os
alunos rodam entre as estações de aprendizado dentro da sala de aula."
Clayton
M. Christensen um dos fundadores do Clayton Christensen Institute,
e sua teoria da "inovação disruptiva" é a base para oestudo de como a
tecnologia pode transformar a educação. O trabalho de Horn e Staker é uma
aplicação direta da teoria de Christensen ao contexto escolar.
No Brasil, o conceito foi
popularizado e adaptado por pesquisadores e instituições como a Fundação Lemann e o Instituto Península. A obra "Ensino Híbrido: Personalização e
Tecnologia na Educação" (2015), organizada por Lilian Bacich,
Adolfo Tanzi Neto e Fernando de Mello Trevisani, é uma das principais
referências nacionais, trazendo a perspectiva e a aplicabilidade desses modelos
para o contexto educacional brasileiro.
Características
do Modelo de Rotação por Estações (com base nas referências)
- Flexibilidade: O
modelo é altamente adaptável a diferentes disciplinas e níveis de ensino.
As estações podem ser ajustadas para atender às necessidades específicas
dos alunos, permitindo que uns aprofundem o conteúdo enquanto outros
revisam conceitos básicos.
- Personalização: Ao
dividir a turma em pequenos grupos, o professor consegue dedicar mais
tempo àqueles que precisam de atenção individualizada. As atividades
online, por sua vez, podem ser personalizadas por plataformas adaptativas
que ajustam o ritmo e o nível de dificuldade para cada estudante.
- Desenvolvimento de Autonomia: A
rotação por estações promove a autonomia dos alunos, que precisam
gerenciar seu tempo e suas tarefas em cada estação. O professor atua mais
como um facilitador do aprendizado.
- Combinação de Habilidades: O modelo integra diferentes tipos de atividades (online, colaborativas e com o professor), desenvolvendo diversas habilidades nos alunos, como a colaboração, o pensamento crítico e a fluência digital.
Referências
BORGHESAN, Jéssica Maila. CLEMENT, Luiz. Produto Educacional. Atividades Didáticas de Rotação por Estações: Proposições para o ensino de Ciências. Universidade do Estado de Santa Catarina, 2023. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1-AhXD38Gdrv4pI6516GqJRR3QVcyfuhR/view?usp=sharing> . Acesso em 08/09/2025
CHRISTENSEN,
C.; HORN, M.B.; STAKER, H. Ensino Híbrido: Uma inovação disruptiva? Uma
introdução à teoria dos híbridos. Fundação Lemann e Instituto Península. 2013. Disponível
em https://www.pucpr.br/wp-content/uploads/2017/10/ensino-hibrido_uma-inovacao-disruptiva.pdf
acesso 08/09/2025.
HORN, M. B.; STAKER, H. Blended: usando a inovação disruptiva para aprimorar a educação. Tradução: Maria Cristina Gularte Monteiro; revisão técnica: Adolfo Tanzi Neto, Lilian Bacich. Porto Alegre: Penso. 2015.
TAVARES, Amanda. AQUINO, Lucélio. Ensino Híbrido: Aprendizagem Ativa no Ensino Médio Noturno. Natal, RN: Ed. dos Autores, 2025. PDF. Disponível em https://drive.google.com/file/d/1GUFg90am-ijrChQCSmd9U2ZR9BODvcgR/view?usp=sharing acesso em 06/09/2025.
https://www.youtube.com/watch?v=2TZALzGbAYg
Assista o vídeo disponibilizado no canal do YouTube do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), sobre a metodologia de ensino de Rotação por Estações.
Cada estação será identificada por uma cor associada ao nome de um autor referência em metodologias ativas. Assim, teremos a Estação Moran (cor verde), a Estação Horn (cor amarela), a Estação Christensen (cor vermelha) e a Estação Staker (cor azul). Em cada uma delas, os participantes serão organizados em subgrupos, de modo a evitar grupos numerosos em uma mesma atividade e possibilitar maior participação, interação e engajamento.
A Estação terá seu início com a disponibilização de infográficos impressos em formato de marcador de páginas para cada participante. Esse recurso conterá informações quanto à prática da Rotação por Estações, e a sua leitura custará, em média, 4 (quatro) minutos do tempo disposto aos participantes. Após esse momento, o mediador da Estação explicará a atividade a ser realizada, a qual os integrantes do grupo irão construir um fluxograma, em formato de encaixe, utilizando papel peso 40 (quarenta) e impressões que irão detalhar o passo a passo da metodologia de ensino estudada. Para isso, será disponibilizado um tempo maior, de 8 (oito) minutos, para a elaboração do fluxograma como produto final.
Estação Horn – Cor amarela – Tecnologia e planejamento em ação (15 min):
A Estação terá seu início com a exibição de vídeo de um exemplo prático da metodologia, que terá a duração de 3 minutos, e necessitará que os participantes utilizem seus celulares e fones de ouvido para a reprodução do vídeo, que estará disponível para acesso em um QRCode na mesa. Após assistir ao vídeo, o mediador da Estação solicitará que os participantes se dividam em subgrupos de 4 (quatro) componentes para a realização de um mapa mental de um plano de aula. Essa atividade terá, em média, 10 (dez) minutos para a sua execução, e contará com a utilização da reprodução de um modelo do Google Slides para a elaboração dos mapas mentais em uma apresentação compartilhada, que também será disponibilizada através de um QRCode disposto na mesa.
Para iniciar essa estação, será feita uma breve explicação de 1 (um) minuto justificando a escolha do autor que intitula a atividade. Posteriormente, será apresentado aos participantes um mapa mental impresso de um plano de aula que já implementa a metodologia de Rotação por Estações. Cada participante receberá uma cópia para análise individual, durante aproximadamente 3 (três) minutos, observando como a metodologia foi aplicada em um exemplo concreto. Na sequência, os participantes serão orientados quanto à atividade principal: eles terão 7(sete) minutos para acessar, por meio de um QRCode, um quadro comparativo online no Padlet, dividido em duas colunas intituladas: “O que já aplico?” e “O que é novidade?”. Cada um irá registrar suas observações diretamente na plataforma. As contribuições serão exibidas em tempo real através de um projetor, permitindo a visualização coletiva e estimulando a discussão sobre aproximações e distanciamentos entre os elementos da metodologia apresentados no mapa mental e a prática pedagógica atual dos participantes durante os últimos quatro minutos da estação.
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