GRÉCIA
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Do ponto de vista geográfico, a Grécia possui duas características fundamentais:
é um país montanhoso e marítimo. Do ponto de vista político, a Grécia era
composta por diversas cidades-estados independentes. Contrabalançava a falta
de união política das cidades gregas uma certa unidade cultural (língua,
religião, origens).
OS PERÍODOS DA HISTÓRIA GREGA
Podemos dividir a história grega em quatro
grandes períodos:
Periodo Micênico (séc. XV a VIII a.C.): também conhecido por
período homérico, é marcado pela chegada e estabelecimento, no "mundo
grego", de quatro principais povos, em sucessivas invasões: aqueus,
jônios, eólios e dórios.
Periodo Arcaico (séc. VIII a VI a.C.): é marcado por dois
grandes acontecimentos: a colonização grega e o desenvolvimento das
cidades-estados (Atenas, Esparta, Corinto, Queronéia, Tebas, Megara etc.).
Período Clássico (séc. V a IV a.C.): período de apogeu da
civilização grega, tanto no plano cultural como no plano econômico. Atenas e
Esparta tornam-se as duas cidades mais importantes da Grécia. Duas grandes guerras
ocorrem nesse período: as Guerras Persas e a Guerra do Peloponeso.
Período Helenistico (séc. 111 a I a.C.): é marcado pela decadência da civilização grega.
Filipe, da Macedônia, empreende a conquista da Grécia.
CULTURA GREGA
Nos mais diversos setores do saber humano, os
gregos deixaram uma herança cultural que constitui a base fundamental sobre a
qual se ergueu a civilização ocidental. No setor artístico, produziram obras
notáveis, em que se destacam:
na escultura: o Discóbulo e a Vênus de Cnido;
na arquitetura: o Pártenon;
no teatro: obras como Prometeu Acorrentado, Édipo
Rei e Medéia.
No setor científico, são significativas as realizações gregas nos campos da
medicina (Hipócrates), da matemática (Pitágoras e Tales) e da história (Heródoto, Xenofonte e
Plutarco). No campo da filosofia, os
gregos deixaram grandes contribuições, como a crença na razão humana e em sua
capacidade para explicar os fenômenos do mundo. Entre os grandes filósofos gregos,
destacam-se Sócrates, Platão e Aristóteles.
CIVILIZAÇÃO HELENÍSTICA
Alexandre Magno assume o comando do Império Macedônico, expandindo-o para o
Oriente. Depois de sua morte, em 323 a.c., o vasto Império é partilhado entre
seus generais (Seleuco, Ptolomeu e Antígono).
CULTURA HELENISTICA
Ao expandir militarmente seu Império, Alexandre Magno expandiu também a
cultura grega entre os povos do Oriente, recebendo deles a influência de sua
cultura. Desse processo de interação surgiu à cultura helenística. Nesse
período, destacam-se:
na
filosofia: Zenão (estoicismo) e Epicuro (hedonismo);
nas ciências:
Euclides (geometria) e Arquimedes (física);
nas artes: obras como o Colosso
de Rodes, o Farol de Alexandria, a Vênus de Mito e o Laocoonte.
ESPARTA
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Situada na península do Peloponeso, na região da Lacônia (terras boas para
o cultivo da vinha e da oliveira). Fundada pelos dórios, Esparta, desde suas origens foi uma cidade
militarista e aristocrática. O Estado espartano tinha como preocupação
fundamental à doutrinação da juventude, através de severos métodos educacionais.
SOCIEDADE
Estava dividida em três classes sociais: esparciatas (cidadãos espartanos), periecos (classe intermediária, que se
dedicava ao comércio e ao artesanato) e hilotas
(servos presos a terra).
SISTEMA POLÍTICO
Tinha a seguinte organização básica: havia dois reis (Diarquia),
encarregados Ide funções militares e
religiosas; a Gerúsia, conselho de
anciãos com funções administrativas, legislativas e judiciárias; a Apela, assembléia dos esparciatas mais
importantes, e o Conselho dos Éforos,
formado por cinco membros que constituíam os verdadeiros chefes do Governo
espartano. O Governo de Esparta era de caráter oligárquico.
ATENAS
CARACTERISTICAS GERAIS
Situava-se na planície da Ática, a cinco quilômetros do Mar Egeu.
O centro primitivo da cidade era a Acrópole (cidade alta). O solo ateniense
era pouco fértil e o mar logo foi utilizado como fonte de abastecimento.
EVOLUÇÃO
POLÍTICA
Na evolução política ateniense, podemos destacar momentos como:
monarquia (séc. VIII a.C.), oligarquia (séc. VII a.C.), período das reformas
(séc. VII a VI a.C.), tirania (séc. VI a.C.) e democracia (séc. V a.C.).
SOCIEDADE
A sociedade ateniense estava dividida em três classes: eupátridas (cidadãos de Atenas), metecos (estrangeiros que habitavam em
Atenas) e escravos (que formavam a
maioria da população).
EDUCAÇÃO
O
sistema educacional ateniense estava voltado para aspectos mais amplos da vida
intelectual, se comparado com a educação espartana. O objetivo básico era formar
cidadãos conscientes da liberdade individual e das responsabilidades sociais no
contexto da democracia ateniense.
FORMAÇÃO DE ROMA
De acordo com uma antiga lenda, Roma foi
fundada por dois irmãos gêmeos (Rômulo e Remo), por volta de 753 a.C .. Segundo
pesquisas arqueológicas, os italiotas estabeleceram-se em Roma, no decorrer do
segundo milênio a.C .. Mais tarde, chegaram à Itália os etruscos (séc. VIII
a.C.), que consolidaram a fundação de Roma.
PERÍODOS DA HISTÓRIA DE
ROMA
A história romana costuma ser dividida em três grandes períodos:
*Realeza (753 a 509 a.C.): Roma era uma pequena
cidade, marcada pela influência etrusca. O poder político estava nas mãos do
Rei, do Senado e da Assembléia Curial. As classes sociais dividiam-se em:
patrícios (famílias ricas, constituídas pelos grandes proprietários de terra),
plebeus (comerciantes, artesãos e camponeses) e escravos (constituídos por
inúmeros prisioneiros de guerra).
*República (509 a 31 a.C.): Roma desenvolveu suas
instituições sociais e expandiu grandemente seu território. A estrutura de
poder distribuía-se pelos magistrados (cônsules, pretores, censores, ediles,
questores); Senado (conselho dos mais importantes cidadãos romanos) e
Assembléia dos Cidadãos (formada por todos os cidadãos que integravam o
exército romano). O período republicano foi marcado pela luta entre patrícios e
plebeus, em que estes obtiveram significativas conquistas, que, no final, não
chegaram a beneficiar todos os membros dessa classe social.
Entre
as guerras movidas por Roma durante a República, destacam-se as Guerras Púnicas
(contra Cartago). A república romana entrou em crise, entre outros fatores, em
decorrência da tensão social existente nas cidades, provocada pela grande massa
de plebeus empobrecidos.
- Período
de transição: A transição da República romana, para o estabelecimento do
Império constitui um processo com diversas fases, dentre as quais destacamos:
as reformas dos irmãos Graco, o consulado de Caio Mário e, depois de Sila, o 1º
triunvirato (Pompeu, Crasso e Júlio César) e o 2º triunvirato (Marco Antônio,
Otávio e Lépido).
*Império (27 a.C. a 476 d.C.): O primeiro Imperador
de Roma foi Otávio (Augusto), que promoveu uma série de reformas políticas,
sociais e econômicas (estimulou a agricultura, reorganizou o exército, promoveu
o crescimento urbano, incentivou o florescimento artístico). O período
imperial divide-se em:
a)Alto Império (27 a.C. a 235 d.C.): fase do esplendor de Roma;
b)Baixo Império (235 a 476): fase da turbulência, que marcou a decadência romana.
Em 395, o Imperador Teodósio dividiu o
Império Romano em duas grandes partes: Império Romano Ocidental e Império
Romano Oriental. O objetivo era enfrentar a ameaça das invasões bárbaras,
através de uma melhor estruturação administrativa. O Império Romano do Ocidente
não conseguiu resistir aos sucessivos ataques bárbaros, caindo em 476 d.C.. O
Império Romano do Oriente conseguiu sobreviver, embora com transformações, até
1453.
CULTURA ROMANA
Os romanos receberam enorme influência dos gregos. Aperfeiçoaram ou modificaram
a herança: recebida, mas pouco fizeram em termos de grandes inovações.
RELIGIÃO
Era politeísta, prática e utilitarista.
Baseava-se no seguinte principio: eu dou algo aos deuses para receber algo em
troca. Da Grécia, os romanos importaram diversas divindades, rebatizando-as
com nomes latinos (Júpiter, Minerva, Marte, Vênus etc.). Com seus rituais
pomposos, a religião romana era um dos fundamentos do Estado, sendo utilizada
em termos políticos.
CRISTIANISMO
Depois da morte de Jesus,
sua doutrina foi aos poucos difundindo-se pelo Império Romano. Os imperadores
romanos passaram a exercer rigorosa perseguição aos cristãos, mas não
conseguiram deter a difusão do Cristianismo. Em 313, Constantino, Imperador
Romano, converteu-se ao Cristianismo, liberando seu culto em todos os domínios
romanos.
CIÊNCIAS, DIREITO E ARTES
Nas ciências e na filosofia, os romanos não alcançaram grande originalidade
em relação aos gregos .
No setor do Direito reside a grande contribuição dos romanos a civilização ocidental.
No plano artístico, a arquitetura, com seu aspecto
grandioso, a escultura, com seus retratos e a literatura, com a beleza e
elegância do estilo, foram as artes que mais se desenvolveram.
INVASÕES BÁRBARAS
Podemos distinguir duas grandes fases na penetração dos bárbaros no Império
Romano: a fase das migrações (até o séc. V, a penetração dos bárbaros deu-se
através de lentas e pacíficas migrações) e a fase das invasões (a partir do
séc. V, a penetração dos bárbaros adquiriu a forma de violentas e brutais
invasões).
Entre os bárbaros que invadiram o Império Romano do Ocidente, merecem
destaque os povos germânicos, que se dividiam em três grandes grupos: germanos
do Leste (godos, vândalos e burgúndios), germanos do Oeste (alamanos e
francos) e germanos do Norte (anglos, frisões, saxões e lombardos).
CARACTERÍSTICAS DOS POVOS
GERMÂNICOS
Sociedade: A estrutura
fundamental em o clã familiar. Havia três classes sociais: a nobreza, que
dirigia a tribo, os homens livres, que eram guerreiros, e os escravos,
compostos pelos prisioneiros de guerra.
Religião: Adoravam as
forças da Natureza. Principais deuses: Odin (senhor dos mortos, do comércio,
da guerra e das tempestades) e Thor (protetor dos camponeses, cujos braços
lançavam raios). Acreditavam na vida depois da morte e que os guerreiros mortos
em batalha iam para o Paraíso (Walhalla).
Exército: As forças do
exército eram compostas pela totalidade dos homens livres possuidores de armas
(lanças, machados, espadas).
Economia: As principais
atividades econômicas eram a agricultura (trigo, cevada, centeio, legumes etc.)
e o pastoreiro (bois e carneiros).
Vida cultural: O direito germânico não conhecia a norma escrita. As armas e utensílios
eram decorados com desenhos de animais estilizados. Vivendo ao ar livre, não
desenvolveram a arquitetura.
REINO DOS FRANCOS
O Reino Franco foi governado por duas dinastias: a dos
merovíngios e a dos carolíngios. Com os reis merovíngios, cujos destaques são
Clóvis e Dagoberto, os francos converteram-se ao catolicismo e expandiram o
reino. A transição dos merovíngios para os carolíngios deu-se pela ascenção do
Mordomo do Paço Carlos Martel, que em 732 deteve o avanço árabe em direção à
Europa ocidental. O filho de Carlos Martel, Pepino, proclamou-se rei dos
francos, em 751, dando início à dinastia
dos carolíngios. O mais importante rei dessa nova dinastia foi Carlos Magno,
que estendeu os domínios francos, foi coroado Imperador do Sacro Império
Romano, estruturou administrativamente o reino e estimulou o desenvolvimento
cultural. Após a morte de Carlos Magno, o Reino Franco entrou em decadência. As
principais causas dessa decadência foram à fragmentação do poder político e as novas invasões dos séculos IX e X
contra a Europa cristã.
FORMAÇÃO DO IMPÉRIO BIZANTINO
O Império Bizantino correspondia ao Império Romano do Oriente. Sua capital
era a cidade de Constantinopla, fundada em 330 por Constantino. Antes da fundação
de Constantinopla, aquele local correspondia à antiga colônia grega de Bizâncio
.
VIDA POLÍTICA DE BIZÂNCIO
O Império Bizantino era governado por uma monarquia, que se tornou
centralizada e absolutista. Um dos mais importantes imperadores bizantinos foi
Justiniano (527-566), que moveu uma série de
guerras contra os povos bárbaros, a fim de reconquistar territórios perdidos do
Império Romano. Justiniano empreendeu uma grande
obra de legislador (Código de Justiniano) e de construtor (hospitais, palácios,
igrejas). Após a morte de Justiniano, o Império Bizantino começou a percorrer
uma longa e gradual trajetória de decadência.
GRANDE CISMA RELIGIOSO DO
SÉCULO XI
No mundo bizantino, o imperador considerava-se chefe supremo da
cristandade. Isso provocava freqüentes conflitos de autoridade com o Papa, que
desembocaram no "Grande Cisma do Oriente", em 1054. A cristandade
dividiu-se em duas Igrejas: Igreja Católica do Oriente, com sede em Bizâncio
(Igreja Ortodoxa), e Igreja Católica do Ocidente, com sede em Roma, sob a
autoridade do Papa.
VIDA ECONÔMICA E CULTURAL
O Império Bizantino tinha no comércio a sua mais importante atividade econômica. Isso se devia à excelente
localização geográfIca de Constantinopla, que se situava no entroncamento de
diversas rotas comerciais vindas da Ásia Menor, Europa, Rússia e Extremo
Oriente.
Produziam-se, em Bizâncio, diversos artigos
de luxo (peças de ourivesaria, tecidos finos e objetos em marfim), que,
através do comércio de Constantinopla, eram exportados para a Europa Ocidental.
O Estado bizantino controlava grande parte da atividade industrial e comercial
realizada no Império.
No plano cultural,
a civilização bizantina soube assimilar a influência ocidental e a oriental,
combinando-as de forma criativa. Na arquitetura, na escultura e nos mosaicos encontramos belíssimos
exemplos que ilustram a arte bizantina, bastante impregnada de ideais
religiosos.
QUEDA DO IMPÉRIO BIZANTINO
Em sua longa história, o Império Bizantino sempre teve
que se defrontar com a ameaça externa de vários povos. Durante mais de mil anos
conseguiu sobreviver a todas essas ameaças, até que, em 1453, Constantinopla
foi dominada pelos turcos otomanos.
POPULAÇÕES ÁRABES
Por volta do século VI, viviam na península arábica diversas tribos de
origem semítica. Não possuíam unidade política, mas tinham elementos culturais
comuns (idioma, crenças religiosas). O centro religioso de todas as tribos era
a cidade de Meca. Lá foi construída a Kaaba (casa de Deus), onde uma Pedra
Negra merecia especial adoração.
MAOMÉ E SUA OBRA POLÍTICO-RELIGIOSA
Maomé (570-632), segundo a tradição muçulmana, aos 40 anos de idade recebeu
a visitado anjo Gabriel, que anunciou ser ele o profeta escolhido por Deus
(Alá) para pregar aos homens uma nova religião. No decorrer de suas pregações,
entrou em choque com os antigos sacerdotes de Meca e foi obrigado a fugir para
Medina, em 622 (hégira). Em Medina, Maomé organizou um exército, que em 630
conquistou Meca. Sob a sua liderança religiosa, Maomé promoveu a união do povo
árabe, lançando as bases da construção de um grande Estado muçulmano.
A RELIGIÃO MUÇULMANA
A religião fundada por Maomé recebeu diferentes nomes: muçulmana, maometana
e islâmica. O livro sagrado é o Alcorão e a religião prega a total submissão do
homem ao Deus único criador do Universo (Alá). Essa submissão é denominada Islão.
São cinco as regras essenciais do islamismo: acreditar em Alá e no profeta Maomé,
realizar cinco orações diárias, ser generoso com os pobres, obedecer a jejum religioso
durante o ramadã e ir em peregrinação a Meca pelo menos uma vez durante a vida.
Expandir a fé muçulmana através da guerra era um dever eventual dos islamitas.
CONQUISTAS MUÇULMANAS
Depois da morte de Maomé, o Estado muçulmano foi governado por califas,
detentores dos poderes religioso, político e militar. Por meio de "guerras
santas", esses califas promoveram a expansão do Islão, conquistando
territórios muito além da península arábica.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E CULTURAL
No plano econômico, os muçulmanos desenvolveram uma rica
e variada produção agrícola nas diferentes regiões do seu vasto Império.
Tornaram-se habilidosos e versáteis comerciantes, utilizando-se de diversos
instrumentos jurídicos para a realização dos atos de comércio (cheques, letras
de câmbio, sociedades comerciais). O intenso comércio muçulmano foi
acompanhado de um significativo desenvolvimento da indústria manufatureira
(jóias, vidros, cerâmicas, sedas, armas, artesanato de couro etc.). No plano
cultural, os muçulmanos serviram como elementos de comunicação entre o mundo
antigo bizantino e o mundo cristão medieval. A cultura islâmica registrou um
extraordinário desenvolvimento no campo científico (matemática, fisica,
astronomia, medicina) e no campo artístico: literatura (fábulas e contos) e arquitetura
(o esplendor das mesquistas, decoradas com arabescos). Pouca atenção se dedicou
à escultura e à pintura, pelo fato de a religião muçulmana desaconselhar a
reprodução da figura humana ou de animais.
ELEMENTOS BÁSICOS DO FEUDALISMO
O feudalismo era uma forma especial de
organização da vida econômica, social e política, tendo as seguintes
características: economia (era um
sistema tipicamente agrário, não voltado para a produção de excedentes), sociedade (era um sistema em que as
relações sociais estavam firmadas em fortes laços de dependência pessoal), política (era um sistema em que o poder
político estava descentralizado, pois ficava nas mãos dos grandes proprietários
de terra).
FORMAÇÃO DO SISTEMA FEUDAL
O feudalismo formou-se através da combinação de costumes e de instituições romanas e germânicas. Elementos
romanos: colonato e divisão do poder político. Elementos
germânicos: economia de subsistência e benefício.
A SOCIEDADE FEUDAL
A sociedade feudal estava dividida em três camadas distintas: nobreza (constituída
pelos grandes proprietários de terra), clero (membros
da Igreja, , tendo destaque o alto clero) e servos (constituídos pela grande maioria da população). Eram
bastante numerosas as obrigações que os servos deviam a seus senhores
(corvéias, retribuições e prestações).
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA FEUDAL
A sociedade feudal era marcada pelas relações de dependência pessoal (laços
de dominação) entre suseranos e vassalos. Estabelecido o contrato de
vassalagem, suseranos e vassalos tinham direitos e obrigações a cumprir.
A ECONOMIA FEUDAL
A principal unidade produtora da economia feudal era o feudo,
unidade auto-suficiente que favorecia a economia fechada (sem intercâmbios
comerciais). A agricultura e a criação de animais eram as atividades
dominantes nos feudos.
ESTRUTURA DA IGREJA CATÓLICA
Durante o período medieval, a Igreja tornou-se uma poderosa instituição,
exercendo influência em diversos setores da vida humana. Os sacerdotes da
Igreja dividiam-se em duas grandes categorias: clero secular (viviam no mundo
secular), composto por padres, bispos, arcebispos etc. e clero regular (viviam
nos mosteiros), que obedeciam às regras da sua ordem religiosa, como a dos
beneditinos, franciscanos, dominicanos, carmelitas e agostinianos. No alto da
hierarquia da Igreja estava o Papa, bispo de Roma, considerado o sucessor do
apóstolo Pedro.
O PODER DO PAPA E A QUESTÃO DAS
INVESTIDURAS
Nem sempre a autoridade do Papa foi aceita por todos os membros da Igreja.
Em fins do século VI, ela acabou se afirmando, devido, em grande parte, à
atuação do Papa Gregório Magno. No século XI, o Papa Gregório VII, buscando
fortalecer ainda mais o poder papal, entrou em conflito com o rei Henrique IV
na Questão das Investiduras (nomeação de sacerdotes para os cargos
eclesiásticos). Depois de longo conflito, decidiu-se, em 1122, que caberia ao
Papa a investidura espiritual e ao imperador a investidura temporal.
OS TRIBUNAIS DE INQUISIÇÃO
Para combater as heresias (doutrinas contrárias aos dogmas oficiais da
Igreja), foram criados, em 1231, os Tribunais de Inquisição, cuja função era
descobrir, perseguir e julgar aqueles que praticavam heresias. A ação desses
Tribunais estendeu-se por vários reinos cristãos, como França, Itália, Alemanha
e, especialmente, Espanha. As penas aplicadas pelos Tribunais de Inquisição
iam desde a confiscação de bens até a morte na fogueira.
CULTURA MEDIEVAL
Já se chegou a dizer que o período medieval foi a Idade das Trevas, mas
essa afirmação não corresponde à verdade. Mesmo sofrendo grande influência das
crenças religiosas, a Europa ocidental alcançou inegável brilho artístico e
intelectual nesse período.
EDUCAÇÃO
O setor educacional era controlado
basicamente pela Igreja Católica.
Surgiram, no período, as primeiras Universidades, entre as quais destacamos
as de Salerno, Paris, Bolonha, Oxford, Cambridge, Montpellier e Salamanca.
LITERATURA E FILOSOFIA
A poesia procurou exaltar os valores e virtudes do cavalheiro: justiça,
amor, prudência e cortesia. Desenvolveram-se a poesia épica e a lírica. No século
XIII, o grande nome da literatura foi Dante Alighieri, autor da Divina
Comédia. Na filosofia medieval, destaca-se a figura de Santo Tomás de
Aquino, autor da Suma Teológica.
ARQUITETURA, ESCULTURA E
PINTURA
Dois grandes estilos dominaram a arquitetura medieval: o estilo românico e
o gótico. A escultura estava profundamente ligada à decoração arquitetônica. A
pintura concentrou-se na representação humanizada de santos e das divindades
católicas. Entre os pintores, destacam-se Giotto e Cimabue.
MÚSICA
Na música sacra medieval, destacam-se as figuras de Gregório Magno,
introdutor do canto gregoriano, e de Guido d' Arezzo, que batizou as notas
musicais. Na música popular, merece destaque a canção trovadoresca, inspirada
em temas românticos ou em feitos heróicos dos cavaleiros.
CIÊNCIA
Traduziram-se diversas obras árabes e gregas, que influenciaram o progresso
da matemática, física, biologia, astronomia e medicina. Um dos grandes nomes
da ciência medieval foi o de Roger Bacon, autor do Opus Majus.
SÉCULOS FINAIS DA IDADE MÉDIA
Analisando-se os quatro séculos finais da Idade Média podemos dividi-los,
basicamente, em dois períodos: expansão (séculos XII e XIII) e contração
(séculos XIV e XV).
PERÍODO DE EXPANSÃO (SÉCULOS XII E XIII)
-Desenvolvimento agrícola: Por volta do século XII, ocorreu uma sensível
melhoria nas condições gerais do mundo agrícola, marcada pela diminuição da
miséria e da opressão sobre os camponeses e pela introdução de uma série de
aperfeiçoamentos técnicos (charrua, peitoral, estribo, ferradura), que
conduziram ao ampliamemo das culturas.
-Desenvolvimento do comércio: O comércio ganhou significativo impulso, a
nível local e internacional. Surgiram feiras famosas (como a de Champagne),
aprimoraram-se as técnicas comerciais (emprego de moedas, fundação de bancos),
expandiu-se o artesanato (controlado pelas corporações de ofício).
-Desenvolvimento das cidades: A expansão do comércio e do artesanato atraiu
para as cidades grande número de camponeses desejosos de escapar ao regime de
servidão feudal. Com o desenvolvimento comercial urbano, desenvolveu-se também
uma nova classe social, a burguesia, constituída por mercadores, banqueiros e
artesãos. Os burgueses fundaram as comunas,
lutando com a nobreza feudal pelo direito de governar as cidades de modo
autônomo.
PERÍODO DE CONTRAÇÃO (SÉCULOS XIV E XV)
-Crise religiosa: Com a mudança da sede do papado para Avinhão, surgiu
grave crise interna na Igreja, entre os anos de 1378 e 1417. A Igreja passou a
ser governada por dois Papas, um em Roma e outro em Avinhão (Grande Cisma do
Ocidente). Somente em 1418 (Concílio de Constância), a Igreja recuperou sua
unidade.
-Crise política: Os séculos XIV e XV foram marcados por uma série de
guerras feudais. Destaca-se entre as guerras do período a Guerra dos Cem Anos
(1337 a 1453), entre França e Inglaterra, ocasionada por motivos de sucessão
dinástica.
-Crise econômica: Várias regiões da Europa sofreram grandes perdas agrícolas,
em decorrência de condições climáticas desfavoráveis e técnicas inadequadas de
cultivo. Milhares de pessoas morreram de fome, em meio a uma alta generalizada
dos preços. Enfraquecida pela fome, grande parte da população européia
tornou-se vítima da Peste Negra (1347-1350), que dizimou cerca de um terço da
população européia.
Material excelente. Parabéns
ResponderExcluirBlog sensacional!!
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