terça-feira, 30 de abril de 2013

Aulas de História 4º Nível EJA 2º Bimestre


GRÉCIA
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
Do ponto de vista geográfico, a Grécia possui duas características fun­damentais: é um país montanhoso e marítimo. Do ponto de vista político, a Grécia era composta por diversas cidades-estados independentes. Contraba­lançava a falta de união política das cidades gregas uma certa unidade cultu­ral (língua, religião, origens).

OS PERÍODOS DA HISTÓRIA GREGA
Podemos dividir a história grega em quatro grandes períodos:
Periodo Micênico (séc. XV a VIII a.C.): também conhecido por período homérico, é marcado pela chegada e estabelecimento, no "mundo grego", de quatro principais povos, em sucessivas invasões: aqueus, jônios, eólios e dórios.
Periodo Arcaico (séc. VIII a VI a.C.): é marcado por dois grandes aconte­cimentos: a colonização grega e o desenvolvimento das cidades-estados (Atenas, Esparta, Corinto, Queronéia, Tebas, Megara etc.).
Período Clássico (séc. V a IV a.C.): período de apogeu da civilização gre­ga, tanto no plano cultural como no plano econômico. Atenas e Esparta tornam-se as duas cidades mais importantes da Grécia. Duas grandes guer­ras ocorrem nesse período: as Guerras Persas e a Guerra do Peloponeso.

Período Helenistico (séc. 111 a I a.C.): é marcado pela decadência da civili­zação grega. Filipe, da Macedônia, empreende a conquista da Grécia.

CULTURA GREGA
Nos mais diversos setores do saber humano, os gregos deixaram uma herança cultural que constitui a base fundamental sobre a qual se ergueu a ci­vilização ocidental. No setor artístico, produziram obras notáveis, em que se destacam:
na escultura: o Discóbulo e a Vênus de Cnido;
na arquitetura: o Pártenon;
no teatro: obras como Prometeu Acorrentado, Édipo Rei e Medéia.
No setor científico, são significativas as realizações gregas nos campos da medicina (Hipócrates), da matemática (Pitágoras e Tales) e da história (Heródoto, Xenofonte e Plutarco). No campo da filosofia, os gregos deixa­ram grandes contribuições, como a crença na razão humana e em sua capacidade para explicar os fenômenos do mundo. Entre os grandes filósofos gre­gos, destacam-se Sócrates, Platão e Aristóteles.

CIVILIZAÇÃO HELENÍSTICA
Alexandre Magno assume o comando do Império Macedônico, expandindo-o para o Oriente. Depois de sua morte, em 323 a.c., o vasto Im­pério é partilhado entre seus generais (Seleuco, Ptolomeu e Antígono).

CULTURA HELENISTICA
Ao expandir militarmente seu Império, Alexandre Magno expandiu também a cultura grega entre os povos do Oriente, recebendo deles a influên­cia de sua cultura. Desse processo de interação surgiu à cultura helenística. Nesse período, destacam-se:
na filosofia: Zenão (estoicismo) e Epicuro (hedonismo);
nas ciências: Euclides (geometria) e Arquimedes (física);
nas artes: obras como o Colosso de Rodes, o Farol de Alexandria, a Vênus de Mito e o Laocoonte.



ESPARTA
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Situada na península do Peloponeso, na região da Lacônia (terras boas para o cultivo da vinha e da oliveira). Fundada pelos dórios, Esparta, desde suas origens foi uma cidade militarista e aristocrática. O Estado espartano tinha como preocupação fundamental à doutrinação da juventude, através de severos métodos educacionais.

SOCIEDADE
Estava dividida em três classes sociais: esparciatas (cidadãos espartanos), perie­cos (classe intermediária, que se dedicava ao comércio e ao artesanato) e hilotas (ser­vos presos a terra).


SISTEMA POLÍTICO
Tinha a seguinte organização básica: havia dois reis (Diarquia), encarregados Ide funções militares e religiosas; a Gerúsia, conselho de anciãos com funções administrativas, legislativas e judiciárias; a Apela, assembléia dos esparciatas mais im­portantes, e o Conselho dos Éforos, formado por cinco membros que constituíam os  verdadeiros chefes do Governo espartano. O Governo de Esparta era de caráter oligárquico.


ATENAS
CARACTERISTICAS GERAIS
Situava-se na planície da Ática, a cinco quilômetros do Mar Egeu. O centro pri­mitivo da cidade era a Acrópole (cidade alta). O solo ateniense era pouco fértil e o mar logo foi utilizado como fonte de abastecimento.

EVOLUÇÃO POLÍTICA
Na evolução política ateniense, podemos destacar momentos como: monarquia (séc. VIII a.C.), oligarquia (séc. VII a.C.), período das reformas (séc. VII a VI a.C.), tirania (séc. VI a.C.) e democracia (séc. V a.C.).
           


SOCIEDADE
A sociedade ateniense estava dividida em três classes: eupátridas (cidadãos de Atenas), metecos (estrangeiros que habitavam em Atenas) e escravos (que formavam a maioria da população).

EDUCAÇÃO
O sistema educacional ateniense estava voltado para aspectos mais amplos da vida intelectual, se comparado com a educação espartana. O objetivo básico era for­mar cidadãos conscientes da liberdade individual e das responsabilidades sociais no contexto da democracia ateniense.

FORMAÇÃO DE ROMA
De acordo com uma antiga lenda, Roma foi fundada por dois irmãos gêmeos (Rômulo e Remo), por volta de 753 a.C .. Segundo pesquisas arqueológicas, os ita­liotas estabeleceram-se em Roma, no decorrer do segundo milênio a.C .. Mais tarde, chegaram à Itália os etruscos (séc. VIII a.C.), que consolidaram a fundação de Ro­ma.

PERÍODOS DA HISTÓRIA DE ROMA
A história romana costuma ser dividida em três grandes períodos:
*Realeza (753 a 509 a.C.): Roma era uma pequena cidade, marcada pela influên­cia etrusca. O poder político estava nas mãos do Rei, do Senado e da Assembléia Curial. As classes sociais dividiam-se em: patrícios (famílias ricas, constituídas pe­los grandes proprietários de terra), plebeus (comerciantes, artesãos e camponeses) e escravos (constituídos por inúmeros prisioneiros de guerra).

*República (509 a 31 a.C.): Roma desenvolveu suas instituições sociais e expandiu grandemente seu território. A estrutura de poder distribuía-se pelos magistrados (cônsules, pretores, censores, ediles, questores); Senado (conselho dos mais im­portantes cidadãos romanos) e Assembléia dos Cidadãos (formada por todos os cidadãos que integravam o exército romano). O período republicano foi marcado pela luta entre patrícios e plebeus, em que estes obtiveram significativas conquis­tas, que, no final, não chegaram a beneficiar todos os membros dessa classe so­cial.

 Entre as guerras movidas por Roma durante a República, destacam-se as Guerras Púnicas (contra Cartago). A república romana entrou em crise, entre ou­tros fatores, em decorrência da tensão social existente nas cidades, provocada pela grande massa de plebeus empobrecidos.
- Período de transição: A transição da República romana, para o estabelecimen­to do Império constitui um processo com diversas fases, dentre as quais desta­camos: as reformas dos irmãos Graco, o consulado de Caio Mário e, depois de Sila, o 1º triunvirato (Pompeu, Crasso e Júlio César) e o 2º triunvirato (Marco Antônio, Otávio e Lépido).

*Império (27 a.C. a 476 d.C.): O primeiro Imperador de Roma foi Otávio (Augus­to), que promoveu uma série de reformas políticas, sociais e econômicas (estimu­lou a agricultura, reorganizou o exército, promoveu o crescimento urbano, incen­tivou o florescimento artístico). O período imperial divide-se em:
a)Alto Império (27 a.C. a 235 d.C.): fase do esplendor de Roma;
b)Baixo Império (235 a 476): fase da turbulência, que marcou a decadência ro­mana.
Em 395, o Imperador Teodósio dividiu o Império Romano em duas grandes partes: Império Romano Ocidental e Império Romano Oriental. O objetivo era enfrentar a ameaça das invasões bárbaras, através de uma melhor estruturação administrativa. O Império Romano do Ocidente não conseguiu resistir aos suces­sivos ataques bárbaros, caindo em 476 d.C.. O Império Romano do Oriente conseguiu sobreviver, embora com transformações, até 1453.
CULTURA ROMANA
Os romanos receberam enorme influência dos gregos. Aperfeiçoaram ou modificaram a herança: recebida, mas pouco fizeram em termos de grandes inovações.
RELIGIÃO
Era politeísta, prática e utilitarista. Baseava-se no seguinte principio: eu dou algo aos deuses para receber algo em troca. Da Grécia, os romanos im­portaram diversas divindades, rebatizando-as com nomes latinos (Júpiter, Minerva, Marte, Vênus etc.). Com seus rituais pomposos, a religião romana era um dos fundamentos do Estado, sendo utilizada em termos políticos.         

CRISTIANISMO
           Depois da morte de Jesus, sua doutrina foi aos poucos difundindo-se pelo Império Romano. Os imperadores romanos passaram a exercer rigorosa perseguição aos cristãos, mas não conseguiram deter a difusão do Cristianismo. Em 313, Constantino, Imperador Romano, converteu-se ao Cristianismo, liberando seu culto em todos os domínios romanos.

CIÊNCIAS, DIREITO E ARTES
Nas ciências e na filosofia, os romanos não alcançaram grande originali­dade em relação aos gregos .
No setor do Direito reside a grande contribuição dos romanos a civiliza­ção ocidental.
No plano artístico, a arquitetura, com seu aspecto grandioso, a escultu­ra, com seus retratos e a literatura, com a beleza e elegância do estilo, foram as artes que mais se desenvolveram.

INVASÕES BÁRBARAS
Podemos distinguir duas grandes fases na penetração dos bárbaros no Império Romano: a fase das migrações (até o séc. V, a penetração dos bárba­ros deu-se através de lentas e pacíficas migrações) e a fase das invasões (a partir do séc. V, a penetração dos bárbaros adquiriu a forma de violentas e brutais invasões).
Entre os bárbaros que invadiram o Império Romano do Ocidente, mere­cem destaque os povos germânicos, que se dividiam em três grandes grupos: germanos do Leste (godos, vândalos e burgúndios), germanos do Oeste (ala­manos e francos) e germanos do Norte (anglos, frisões, saxões e lombardos).

CARACTERÍSTICAS DOS POVOS GERMÂNICOS
Sociedade: A estrutura fundamental em o clã familiar. Havia três classes sociais: a nobreza, que dirigia a tribo, os homens livres, que eram guerrei­ros, e os escravos, compostos pelos prisioneiros de guerra.


Religião: Adoravam as forças da Natureza. Principais deuses: Odin (se­nhor dos mortos, do comércio, da guerra e das tempestades) e Thor (prote­tor dos camponeses, cujos braços lançavam raios). Acreditavam na vida depois da morte e que os guerreiros mortos em batalha iam para o Paraíso (Walhalla).
Exército: As forças do exército eram compostas pela totalidade dos ho­mens livres possuidores de armas (lanças, machados, espadas).
Economia: As principais atividades econômicas eram a agricultura (trigo, cevada, centeio, legumes etc.) e o pastoreiro (bois e carneiros).
Vida cultural: O direito germânico não conhecia a norma escrita. As armas e utensílios eram decorados com desenhos de animais estilizados. Vivendo ao ar livre, não desenvolveram a arquitetura.

REINO DOS FRANCOS
O Reino Franco foi governado por duas dinastias: a dos merovíngios e a dos carolíngios. Com os reis merovíngios, cujos destaques são Clóvis e Dago­berto, os francos converteram-se ao catolicismo e expandiram o reino. A transição dos merovíngios para os carolíngios deu-se pela ascenção do Mor­domo do Paço Carlos Martel, que em 732 deteve o avanço árabe em direção à Europa ocidental. O filho de Carlos Martel, Pepino, proclamou-se rei dos francos, em 751, dando início à dinastia dos carolíngios. O mais importante rei dessa nova dinastia foi Carlos Magno, que estendeu os domínios francos, foi coroado Imperador do Sacro Império Romano, estruturou administrati­vamente o reino e estimulou o desenvolvimento cultural. Após a morte de Carlos Magno, o Reino Franco entrou em decadência. As principais causas dessa decadência foram à fragmentação do poder político e as novas invasões dos séculos IX e X contra a Europa cristã.

FORMAÇÃO DO IMPÉRIO BIZANTINO
O Império Bizantino correspondia ao Império Romano do Oriente. Sua capital era a cidade de Constantinopla, fundada em 330 por Constantino. Antes da funda­ção de Constantinopla, aquele local correspondia à antiga colônia grega de Bizâncio .

VIDA POLÍTICA DE BIZÂNCIO
O Império Bizantino era governado por uma monarquia, que se tornou centralizada e absolutista. Um dos mais importantes imperadores bizantinos foi Justiniano  (527-566), que moveu uma série de guerras contra os povos bárbaros, a fim de reconquistar territórios perdidos do Império Romano. Justiniano empreendeu uma grande obra de legislador (Código de Justiniano) e de construtor (hospitais, palácios, igrejas). Após a morte de Justiniano, o Império Bizantino começou a percorrer uma longa e gradual trajetória de decadência.

GRANDE CISMA RELIGIOSO DO SÉCULO XI
No mundo bizantino, o imperador considerava-se chefe supremo da cristandade. Isso provocava freqüentes conflitos de autoridade com o Papa, que desembocaram no "Grande Cisma do Oriente", em 1054. A cristandade dividiu-se em duas Igrejas: Igreja Católica do Oriente, com sede em Bizâncio (Igreja Ortodoxa), e Igre­ja Católica do Ocidente, com sede em Roma, sob a autoridade do Papa.

VIDA ECONÔMICA E CULTURAL
O Império Bizantino tinha no comércio a sua mais importante atividade econô­mica. Isso se devia à excelente localização geográfIca de Constantinopla, que se si­tuava no entroncamento de diversas rotas comerciais vindas da Ásia Menor, Euro­pa, Rússia e Extremo Oriente.
Produziam-se, em Bizâncio, diversos artigos de luxo (peças de ourivesaria, teci­dos finos e objetos em marfim), que, através do comércio de Constantinopla, eram exportados para a Europa Ocidental. O Estado bizantino controlava grande parte da atividade industrial e comercial realizada no Império.
No plano cultural, a civilização bizantina soube assimilar a influência ociden­tal e a oriental, combinando-as de forma criativa. Na arquitetura, na escultura e nos mosaicos encontramos belíssimos exemplos que ilustram a arte bizantina, bastante impregnada de ideais religiosos.

QUEDA DO IMPÉRIO BIZANTINO
Em sua longa história, o Império Bizantino sempre teve que se defrontar com a ameaça externa de vários povos. Durante mais de mil anos conseguiu sobreviver a todas essas ameaças, até que, em 1453, Constantinopla foi dominada pelos turcos otomanos.

POPULAÇÕES ÁRABES
Por volta do século VI, viviam na península arábica diversas tribos de origem semítica. Não possuíam unidade política, mas tinham elementos culturais comuns (idioma, crenças religiosas). O centro religioso de todas as tribos era a cidade de Me­ca. Lá foi construída a Kaaba (casa de Deus), onde uma Pedra Negra merecia especial adoração.
MAOMÉ E SUA OBRA POLÍTICO-RELIGIOSA
Maomé (570-632), segundo a tradição muçulmana, aos 40 anos de idade rece­beu a visitado anjo Gabriel, que anunciou ser ele o profeta escolhido por Deus (Alá) para pregar aos homens uma nova religião. No decorrer de suas pregações, entrou em choque com os antigos sacerdotes de Meca e foi obrigado a fugir para Medina, em 622 (hégira). Em Medina, Maomé organizou um exército, que em 630 conquistou Meca. Sob a sua liderança religiosa, Maomé promoveu a união do povo árabe, lançando as bases da construção de um grande Estado muçulmano.
A RELIGIÃO MUÇULMANA
A religião fundada por Maomé recebeu diferentes nomes: muçulmana, maome­tana e islâmica. O livro sagrado é o Alcorão e a religião prega a total submissão do homem ao Deus único criador do Universo (Alá). Essa submissão é denominada Is­lão. São cinco as regras essenciais do islamismo: acreditar em Alá e no profeta Mao­mé, realizar cinco orações diárias, ser generoso com os pobres, obedecer a jejum re­ligioso durante o ramadã e ir em peregrinação a Meca pelo menos uma vez durante a vida. Expandir a fé muçulmana através da guerra era um dever eventual dos islamitas.
CONQUISTAS MUÇULMANAS
Depois da morte de Maomé, o Estado muçulmano foi governado por califas, detentores dos poderes religioso, político e militar. Por meio de "guerras santas", esses califas promoveram a expansão do Islão, conquistando territórios muito além da península arábica.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E CULTURAL
No plano econômico, os muçulmanos desenvolveram uma rica e variada produção agrícola nas diferentes regiões do seu vasto Império. Tornaram-se habilidosos e versáteis comerciantes, utilizando-se de diversos instrumentos jurídicos para a reali­zação dos atos de comércio (cheques, letras de câmbio, sociedades comerciais). O in­tenso comércio muçulmano foi acompanhado de um significativo desenvolvimento da indústria manufatureira (jóias, vidros, cerâmicas, sedas, armas, artesanato de couro etc.). No plano cultural, os muçulmanos serviram como elementos de comuni­cação entre o mundo antigo bizantino e o mundo cristão medieval. A cultura islâmi­ca registrou um extraordinário desenvolvimento no campo científico (matemática, fisica, astronomia, medicina) e no campo artístico: literatura (fábulas e contos) e ar­quitetura (o esplendor das mesquistas, decoradas com arabescos). Pouca atenção se dedicou à escultura e à pintura, pelo fato de a religião muçulmana desaconselhar a reprodução da figura humana ou de animais.

ELEMENTOS BÁSICOS DO FEUDALISMO
O feudalismo era uma forma especial de organização da vida econômi­ca, social e política, tendo as seguintes características: economia (era um sis­tema tipicamente agrário, não voltado para a produção de excedentes), so­ciedade (era um sistema em que as relações sociais estavam firmadas em for­tes laços de dependência pessoal), política (era um sistema em que o poder político estava descentralizado, pois ficava nas mãos dos grandes proprietários de terra).
FORMAÇÃO DO SISTEMA FEUDAL
O feudalismo formou-se através da combinação de costumes e de insti­tuições romanas e germânicas. Elementos romanos: colonato  e divisão do poder político. Elementos germânicos: economia de subsistência  e  benefício.


A SOCIEDADE FEUDAL
A sociedade feudal estava dividida em três camadas distintas: nobreza (constituída pelos grandes proprietários de terra), clero (membros da Igreja, , tendo destaque o alto clero) e servos (constituídos pela grande maioria da po­pulação). Eram bastante numerosas as obrigações que os servos deviam a seus senhores (corvéias, retribuições e prestações).
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA FEUDAL
A sociedade feudal era marcada pelas relações de dependência pessoal (laços de dominação) entre suseranos e vassalos. Estabelecido o contrato de vassalagem, suseranos e vassalos tinham direitos e obrigações a cumprir.
A ECONOMIA FEUDAL
A principal unidade produtora da economia feudal era o feudo, unidade auto-suficiente que favorecia a economia fechada (sem intercâmbios comer­ciais). A agricultura e a criação de animais eram as atividades dominantes nos feudos.

ESTRUTURA DA IGREJA CATÓLICA
Durante o período medieval, a Igreja tornou-se uma poderosa institui­ção, exercendo influência em diversos setores da vida humana. Os sacerdotes da Igreja dividiam-se em duas grandes categorias: clero secular (viviam no mundo secular), composto por padres, bispos, arcebispos etc. e clero regular (viviam nos mosteiros), que obedeciam às regras da sua ordem religiosa, como a dos beneditinos, franciscanos, dominicanos, carmelitas e agostinia­nos. No alto da hierarquia da Igreja estava o Papa, bispo de Roma, conside­rado o sucessor do apóstolo Pedro.
PODER DO PAPA E A QUESTÃO DAS INVESTIDURAS
Nem sempre a autoridade do Papa foi aceita por todos os membros da Igreja. Em fins do século VI, ela acabou se afirmando, devido, em grande parte, à atuação do Papa Gregório Magno. No século XI, o Papa Gregório VII, buscando fortalecer ainda mais o poder papal, entrou em conflito com o rei Henrique IV na Questão das Investiduras (nomeação de sacerdotes para os cargos eclesiásticos). Depois de longo conflito, decidiu-se, em 1122, que caberia ao Papa a investidura espiritual e ao imperador a investidura tempo­ral.
OS TRIBUNAIS DE INQUISIÇÃO
Para combater as heresias (doutrinas contrárias aos dogmas oficiais da Igreja), foram criados, em 1231, os Tribunais de Inquisição, cuja função era descobrir, perseguir e julgar aqueles que praticavam heresias. A ação desses Tribunais estendeu-se por vários reinos cristãos, como França, Itália, Alema­nha e, especialmente, Espanha. As penas aplicadas pelos Tribunais de Inqui­sição iam desde a confiscação de bens até a morte na fogueira.


CULTURA MEDIEVAL
Já se chegou a dizer que o período medieval foi a Idade das Trevas, mas essa afirmação não corresponde à verdade. Mesmo sofrendo grande influên­cia das crenças religiosas, a Europa ocidental alcançou inegável brilho artísti­co e intelectual nesse período.
EDUCAÇÃO
O setor educacional era controlado basicamente pela Igreja Católica.
Surgiram, no período, as primeiras Universidades, entre as quais destacamos as de Salerno, Paris, Bolonha, Oxford, Cambridge, Montpellier e Salaman­ca.

LITERATURA E FILOSOFIA
A poesia procurou exaltar os valores e virtudes do cavalheiro: justiça, amor, prudência e cortesia. Desenvolveram-se a poesia épica e a lírica. No sé­culo XIII, o grande nome da literatura foi Dante Alighieri, autor da Divina Comédia. Na filosofia medieval, destaca-se a figura de Santo Tomás de Aquino, autor da Suma Teológica.
ARQUITETURA, ESCULTURA E PINTURA
Dois grandes estilos dominaram a arquitetura medieval: o estilo români­co e o gótico. A escultura estava profundamente ligada à decoração arquite­tônica. A pintura concentrou-se na representação humanizada de santos e das divindades católicas. Entre os pintores, destacam-se Giotto e Cimabue.
MÚSICA
Na música sacra medieval, destacam-se as figuras de Gregório Magno, introdutor do canto gregoriano, e de Guido d' Arezzo, que batizou as notas musicais. Na música popular, merece destaque a canção trovadoresca, inspi­rada em temas românticos ou em feitos heróicos dos cavaleiros.
CIÊNCIA
Traduziram-se diversas obras árabes e gregas, que influenciaram o pro­gresso da matemática, física, biologia, astronomia e medicina. Um dos gran­des nomes da ciência medieval foi o de Roger Bacon, autor do Opus Majus.

SÉCULOS FINAIS DA IDADE MÉDIA
Analisando-se os quatro séculos finais da Idade Média podemos dividi-­los, basicamente, em dois períodos: expansão (séculos XII e XIII) e contra­ção (séculos XIV e XV).

PERÍODO DE EXPANSÃO (SÉCULOS XII E XIII)
-Desenvolvimento agrícola: Por volta do século XII, ocorreu uma sensível melhoria nas condições gerais do mundo agrícola, marcada pela diminui­ção da miséria e da opressão sobre os camponeses e pela introdução de uma série de aperfeiçoamentos técnicos (charrua, peitoral, estribo, ferra­dura), que conduziram ao ampliamemo das culturas.
-Desenvolvimento do comércio: O comércio ganhou significativo impulso, a nível local e internacional. Surgiram feiras famosas (como a de Cham­pagne), aprimoraram-se as técnicas comerciais (emprego de moedas, fun­dação de bancos), expandiu-se o artesanato (controlado pelas corporações de ofício).
-Desenvolvimento das cidades: A expansão do comércio e do artesanato atraiu para as cidades grande número de camponeses desejosos de escapar ao regime de servidão feudal. Com o desenvolvimento comercial urba­no, desenvolveu-se também uma nova classe social, a burguesia, constituí­da por mercadores, banqueiros e artesãos. Os burgueses fundaram as co­munas, lutando com a nobreza feudal pelo direito de governar as cidades de modo autônomo.
PERÍODO DE CONTRAÇÃO (SÉCULOS XIV E XV)
-Crise religiosa: Com a mudança da sede do papado para Avinhão, surgiu grave crise interna na Igreja, entre os anos de 1378 e 1417. A Igreja passou a ser governada por dois Papas, um em Roma e outro em Avinhão (Gran­de Cisma do Ocidente). Somente em 1418 (Concílio de Constância), a Igre­ja recuperou sua unidade.
-Crise política: Os séculos XIV e XV foram marcados por uma série de guerras feudais. Destaca-se entre as guerras do período a Guerra dos Cem Anos (1337 a 1453), entre França e Inglaterra, ocasionada por motivos de sucessão dinástica.
-Crise econômica: Várias regiões da Europa sofreram grandes perdas agrí­colas, em decorrência de condições climáticas desfavoráveis e técnicas ina­dequadas de cultivo. Milhares de pessoas morreram de fome, em meio a uma alta generalizada dos preços. Enfraquecida pela fome, grande parte da população européia tornou-se vítima da Peste Negra (1347-1350), que dizimou cerca de um terço da população européia.

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