domingo, 26 de maio de 2013

SÉCULO XX


América Latina até meados do século XX
• Caudilhismo foi um fenômeno particular, ocorrido no século XIX, marcadamente na região platina. Os caudilhos eram líderes regionais que lutavam a favor do princípio do federalismo (autonomia das províncias). Lutando contra os unitaristas (defensores da centralização polí­tica), protagonizaram mais de 50 anos de guerra civil na Argentina. Os principais caudilhos argentinos foram Rosas, Facundo, López e "El Chacho".
• A Revolução Mexicana de 1911 derrubou o porfiriato (ditadura de 35 anos que oprimia os ejidos e consolidou o capitalismo no México) por meio de um duplo movimento: um das elites dissidentes, que reivindicavam participação no poder (liderado por Madero); e outro, camponês (liderado por Zapata, Villa e Orozco), que pregava o retorno ao ejidoA Constitui­ção de 1917 foi uma síntese entre a tradição liberal e o populismo.
• O populismo latino-americano assumiu uma postura antiimperialista e moderadamente anticapitalista. Com um Estado forte, paternalista, nacionalista, salvacionista e modernizador, os populistas minimizaram o atrito entre classes dominantes e operariado. Na América Lati­na, encontramos várias lideranças populistas, como Getúlio Vargas, Lázaro Cárdenas (Méxi­co), que estabeleceu e consolidou a "democracia priísta" e Juan Domingo Perón (Argenti­na), que auxiliado pelo carisma de Evita, imprimiu a seu governo um caráter assistencialista e manteve-se eqüidistante dos EUA e da URSS.

Ideologias nascida na crise
• Temendo a crise do sistema liberal no pós-guerra (quadros de inflação, altos índices de desemprego, greves, fome) e o avanço das idéias socialistas, os setores das elites e das classes médias endossaram doutrinas totalitárias.
• Na Itália, a monarquia não continha nem atendia aos crescentes movimentos sociais dos trabalhado­res por estar compromissada com as elites. Por essa razão, a alta burguesia e as classes médias viram com bons olhos a ascensão de Mussolini. A partir da Marcha sobre Roma, Mussolini, gradativamen­te, oficializa-se como ditador, esmagando a oposição, instalando leis de exceção e estabelecendo o culto de sua imagem. Em 1929, o Tratado de Latrão criou o Estado do Vaticano.
• A República de Weimar, social-democrata, foi marcada por crises hiperinflacionárias e políticas. Com a crise de 1929, as idéias totalitárias e anti-semíticas de Hitler (sistematizadas no Mein Kampf) ganha­ram força e, com o apoio de amplos setores da sociedade, ele assume o poder em 1933. Perseguiu comunistas, liberais e pessoas consideradas de "raça inferior".
• Na Espanha, após vencer a Guerra Civil Espanhola (espécie de ensaio da Segunda Guerra), Franco assume e inicia um regime autoritário que duraria até 1975. Muitos outros países europeus passam por processos similares.
• As ditaduras antidemocráticas não foram somente de direita: na URSS, Stalin governou com mão­de-ferro, eliminando milhões de opositores, planificando a economia e industrializando o país com os planos quinquenais.

Segunda Guerra Mundial
• A política expansionista, maneira de contornar os efeitos da crise de 1929, foi adotada por países como Alemanha, Itália e Japão. Diante do expansionismo alemão, França e Inglaterra (traumatiza­das pela Primeira Guerra) adotaram a política de apaziguamento. Quando Hitler invadiu a Polônia,
após assinar um pacto de não-agressão com a URSS, detonou a Segunda Guerra Mundial (1939).
• A "Guerra relâmpago" de Hitler conquista Polônia, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e França (após o erro estratégico da Linha Maginot). Apesar dos fortes bombardeios, a Inglaterra não foi conquistada.
• Os países em expansão, temendo represálias, formam o Eixo Berlim-Roma-Tóquio (1940), pelo qual cada país envolvido comprometia-se a ajudar o outro em caso de ataque de alguma potência não envolvida no conflito. Hitler invade a Rússia e conhece a primeira grande derrota.  
• Quando o Japão bombardeia Pearl Harbor (1941), os EUA entram na luta contra as potências do Eixo. Por pressões norte-americanas o Brasil também entra na guerra como Aliado.  
• Midway (Pacífico), Stalingrado (Oriente) e El-Alamein (Oriente Médio) são as batalhas que marcam a reviravolta dos Aliados contra o Eixo. Mussolini cai, a Itália assina a rendição e declara guer­ra à Alemanha.
• Em 6 de junho de 1944, Dia D da operação Overlord, os Aliados desembarcam na Normandia com sucesso e avançam sobre as tropas nazistas, reconquistando a França e rumando a Berlim.
 A capital alemã foi tomada em uma dupla ofensiva aliada: russos na frente oriental e um combinado dos demais países Aliados na frente ocidental. Hitler suicida-se; é o fim do III  Reich.  
• A guerra no Pacífico só terminou após o lançamento de duas bombas atômicas norte-americanas sobre o Japão (Hiroshima e Nagasaki). Encerrava-se a Segunda Guerra Mundial.
• Em três conferências (Teerã, Yalta e Potsdam), os Aliados reorganizam o mundo. Os EUA, principal vencedor da guerra, criam o Plano Marshall, buscando evitar que o comunismo se espalhasse pela Europa através da reconstrução dos países destruídos.   
•  O Holocausto dos judeus tornou-se uma marca da mais terrível guerra da história da humanidade.

Guerra Fria
• A Guerra Fria, conflito político-ideológico entre URSS (socialista) e EUA (capitalista), caracterizou-se pela busca de zonas de influência, pelo armamento nuclear e pela constante ameaça de guerra entre as superpotências .
• O processo de descolonização asiática e africana foi parecido. A participação de exércitos coloniais, atuando com as forças metropolitanas na Segunda Guerra Mundial, estimulou intensamente o senti­mento nacionalista dos povos dominados. Com o estabelecimento da Guerra Fria, o apoio aos movimentos nacionalistas por parte dos EUA ou da URSS intensificou o processo de independência das colônias.
• Liderada pelo movimento pacifista de Mahatma Gandhi, a índia conseguiu se libertar, em 1947, da Ingla­terra. Os ingleses não ofereceram grande resistência à emancipação de suas colônias, tentando perma­necer atrelados economicamente aos países que surgiam. A França, por sua vez, lutou contra o processo de independência como no caso da Guerra da Indochina.
• A disputa entre a Coréia do Norte (socialista) e a Coréia do Sul (capitalista) levou à Guerra da Coréia em 1950. Após três anos de tentativas de tomada do território inimigo por ambas as partes, a Guerra acabou em 1953 com a ratificação da divisão da Coréia.
• A Guerra do Vietnã foi um dos mais importantes episódios da Guerra Fria. A disputa entre os EUA e a guerrilha comunista vietcongue acabou com a derrota avassaladora do exército norte-americano, que sofria uma forte campanha da opinião pública contra a continuidade das tropas do país na Ásia .

• Após a Segunda Guerra Mundial, os EUA entraram num período de boom econômico, mas o surgimento de diversos movimentos sociais como o Movimento dos Direitos Civis, os hippies e o movimento feminis­ta questionou os princípios da sociedade norte-americana.
• O acirramento da Guerra Fria fez crescer nos EUA um forte sentimento anticomunista, simbolizado no macarthismo, que foi responsável pela investigação e prisão de milhares de pessoas supostamente liga­das ao comunismo.
• Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a URSS teve um rápido crescimento industrial e tecnológico que levou o país ao posto de superpotência mundial. Em termos políticos, a URSS englobou diversos países do Leste Europeu sob o domínio do socialismo de Moscou.
• A Iugoslávia, liderada por Josip Tito, adotou um regime socialista próprio, fora dos moldes estabelecidos por Moscou. Pela primeira vez, um país socialista caminhava independente da URSS.
• Comandada por Mao Tsé-tung, a China tornou-se socialista em 1949. Em 1966, com o aumento de dis­sidentes do regime, Mao implantou a Revolução Cultural, desburocratizando o regime e centralizando ainda mais o poder em sua figura.
• Nikita Kruschev assumiu o poder na URSS, desestalinizando o regime soviético e começando um perí­odo de distensão em relação aos EUA.
• Em 1959, guerrilheiros comandados por Fidel Castro e Che Guevara invadiram Cuba e tomaram o poder de Fulgêncio Batista, que mantinha estreitas relações com os EUA. Nesse mesmo ano, os norte-­americanos apoiaram exilados cubanos num contragolpe, na frustrada operação da Baía dos Porcos. Com isso, Fidel aproximou-se da URSS, tornando Cuba um país socialista.
• Em outubro de 1962, os EUA detectaram a presença de mísseis nucleares soviéticos em Cuba apontados para seu território. Numa grave crise entre os dois países, o presidente norte-americano, John Kennedy, exigiu a retirada dos mísseis, sendo atendido pelo comandante soviético Kruschev. O mundo nunca esti­vera tão perto da Terceira Guerra Mundial.

Panorama da América Latina

• No México, o PRI esteve no poder desde a Revolução Mexicana (apenas mudando de nome).
Por meio de fraudes e repressão policial foi capaz de, numa democracia, ser extremamente autoritário, adotando uma política neoliberal e afundando o México em uma grande crise na década de 1980. Em fins dos anos 1990, políticos de oposição (normalmente moderada) passaram a ser eleitos, rompendo a tradição da "ditadura perfeita".
• Em Chiapas, sul do México, estourou uma revolta que dura até hoje sob a liderança do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). O movimento é crítico da globalização, do neoliberalismo e do racismo contra os indígenas.
• De maneira geral, a América Latina, entre os anos 1960 e 1970, ficou marcada por ditaduras militares apoiadas pelos EUA. Vistos por imensa parcela das camadas médias e pelas elites como o único setor capaz de afastar os governos populistas e barrar o avanço socialista, os militares receberam endosso em golpes de Estado e ditaduras que se instalaram por todo o continente.
• Algumas das ditaduras mais severas se deram na Argentina (que se envolveu na Guerra das Malvinas contra a Inglaterra e acabou perdendo sua credibilidade) e no Chile (do general Augusto Pinochet, que só retornou à democracia em 1990).
• Colocando na clandestinidade toda a oposição (perseguida e massacrada em muitos casos), as ditaduras militares tiveram que lidar com várias guerrilhas contrárias a elas: Tupamaros no Uruguai; os Montoneros e o Exército Revolucionário do Povo, na Argentina; Sendero Lumino­so, no Peru, foram exemplos desses movimentos.
• Na Nicarágua eclodiu a Revolução Sandinista contra a longa ditadura dos Somoza, livrando o país do jugo militar ainda em 1978. Em 1980, os liberais rompem com o governo socialista e, com apoio dos EUA (que financia a guerrilha de oposição), vencem eleições gerais.
A Nicarágua ainda é o segundo país mais pobre do continente.

• No Peru, após uma ditadura distinta das demais (por seus traços de reforma social), instalou-se no poder Alberto Fujimori, responsável pela eliminação de vários grupos de oposição e intervenção na imprensa, além de desbaratar os movimentos guerrilheiros, possibilitando ao governo desenvolver uma política subordinada aos interesses do FMI

Fim da Guerra Fria
• A partir de 1985, Mikhail Gorbachev começa reformas internas que viabilizassem uma nova fase do socialismo real, capazes de criar uma economia mista, na qual convivessem setores públicos e privados: Perestroika (Reestruturação) e Glasnost (Transparência). No plano interno, dissidentes políticos foram libertados, o comando de estatais foi descentralizado e abrandou-se a censura. No plano externo, a URSS reaproximou-se do Ocidente capitalista e retirou-se da guerra contra a Afeganistão.
• Essas medidas decretavam o fim da Guerra Fria. Desgastado após um golpe de Estado frustrado, Gor­bachev perde o poder para o liberal Boris Yeltsin (que põe o PC na ilegalidade). Muitos países começa­ram a se emancipar da URSS que, a partir de dezembro de 1991, tornou-se a Comunidade dos Estados Independentes (CEI).
• Yeltsin comanda o processo de privatização e abertura de mercado. Ao mesmo tempo, enfrenta a opo­sição do Legislativo. Em seu governo a Rússia entrou em uma crise que abalou o mundo todo.
• Com o fim da URSS, o modelo comunista sobrevive, na prática, no modelo cubano de Fidel Castro" no modelo chinês. No Leste Europeu, de maneira geral, vimos a implantação desenfreada da economia de mercado neoliberal, ocasionando crises de desemprego e inflação. A região ainda é abalada por constantes conflitos étnicos.
 • Sem a URSS como rival, os EUA consolidaram sua hegemonia econômica no planeta, tornando-se a única superpotência no globo, entrando numa onda de prosperidade.
• Em 11 de setembro de 2001, ataques terroristas ao World Trade Center e ao Pentágono, organizados pelo grupo fundamentalista islâmico AI QUaeda, liderado por Osama bin Laden, abalaram os EUA.
• Em retaliação ao ataques de 11 de setembro, o presidente norte-americano George W. Bush lançou a Doutrina Bush que marca uma posição de unilateralismo e de coerção como princípios de ação, evidenciada na frase “guerra do bem contra o mal". Os EUA invadiram o Afeganistão e o Iraque, não respeitando, neste último caso, as determinações da ONU.
• O mundo pós-Guerra Fria viu a consolidação da União Européia (fim de barreiras comerciais e diplomáticas entre países europeus) e a continuidade de conflitos antigos, como a luta entre palestinos e Judeus.

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