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Formas de estratificação social; Mobilidade social.
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Desigualdades sociais;
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Marcadores sociais de diferença: gênero, raça/etnia,
sexualidade, geração e classe.
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Os diferentes modos de produção;
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O trabalho em diferentes sociedades;
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Meios de produção e relações produtivas;
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Trabalho, profissão e identidades laborais
Ao observarmos uma sociedade podemos concluir muitas vezes que os apectos econômicos são muito mais importantes do que os outros tipos na caracterização dessa sociedade.Sendo asssim, quando um indivíduo possuí um poder aquisitivo maior, fatalmente sua posição de poder será valorizada, ele ocupará os melhores cargos e sua profissão será também mais valorizada dentro da sociedade, verificamos dessa forma, a desigualdade social.
Quando falamos em economia, a maioria das pessoas geralmente se entedia e cria uma imagem de números e cálculos em suas cabeças. Não poderia ser diferente, uma vez que os telejornais utilizam termos incompreensíveis, inflação, juros, déficit, superávit, falam muito sobre a queda do índice da bolsa de valores, alta do dólar, parece que nunca compreenderemos de fato do que trata a economia, contudo entender economia é muito mais simples do que imaginamos. Podemos definir economia como: “A forma pela qual o conjunto de indivíduos existentes em uma sociedade participa da produção, da distribuição e do consumo de seus bens e serviços.”
Atividades – Pesquise, reflita e responda
Vamos falar sobre a organização da sociedade em camadas, a estratificação social. A
estratificação social é fruto das desigualdades sociais entre os indivíduos de
uma determinada sociedade, que apresentam disparidades em relação a riqueza,
poder, prestígio e até mesmo em relação a coisas básicas como escolaridade.
Existem três tipos de estratificação social: a econômica: que fundamenta-se na posse de bens materiais, onde se
encontram ricos e pobres. A política baseia-se
no grupo que tem poder e no que não tem poder, ou seja, os grupos dominantes,
que mandam na sociedade. E a estratificação profissional que funda-se nos diferentes graus atribuídos a cada
profissional.
Ao observarmos uma sociedade podemos concluir muitas vezes que os apectos econômicos são muito mais importantes do que os outros tipos na caracterização dessa sociedade.Sendo asssim, quando um indivíduo possuí um poder aquisitivo maior, fatalmente sua posição de poder será valorizada, ele ocupará os melhores cargos e sua profissão será também mais valorizada dentro da sociedade, verificamos dessa forma, a desigualdade social.
A hierarquia social divide a sociedade em “estratos” ou camadas mais ou
menos fixas. A divisão em camadas pode ser feita em castas como na Índia,
Estamentos como na Europa ocidental durante a idade média ou em classes sociais
como nas sociedades capitalistas.Em uma sociedade, os grupos ou indivíduos não
possuem a mesma posição nem o mesmo prestígio, não existindo assim, sociedade pura.
Muitos sociólogos apresentaram teorias acerca da estratificação, entre
eles Karl Marx, que foi um dos primeiros a tratar deste problema, para ele, o
que determina a estratificação é o fator econômico.Já Max Weber, em seus
estudos, acreditava que não era apenas o fator econômico, e apresentou três
dimensões da sociedade:
Ordem econômica: representada pela classe, que está estratificada de acordo com suas
relações com a produção e a aquisição de bens, é representada pelos
rendimentos, bens e serviços que o indivíduo possuí.
Ordem social (status) : representada pelo estilo de vida, pelo prestígio de honra desfrutado,
em função do consumo de bens.
Ordem política: representada pelo partido, manifestando-se através da distribuição de
poder entre os partidos políticos, ocorrendo a estratificação através da
distribuição de poder entre os membros dos grupos.Para Weber, essas dimensões
possuem estratificação própria.
Para o sociólogo russo Pitirim Sorokin, a estratificação apresenta três
formas dependentes e recíprocas:
Estratificação
econômica: divisão entre ricos e pobres através da
situação econômica, manifesta-se de forma concreta no nível de vida, na posse
de bens, podendo surgir nos diferentes tipos de sociedades capitalistas ou
socialistas, não importando a forma de governo ou a organização política.
Estratificação
política: a desigualdade política ocorre pela
diversidade em decorrência da distribuição desigual de poder, de autoridade, de
prestígio, de honra e de título.Essa estratificação ocorre independentemente da
constituição particular da sociedade.
Estratificação
profissional: na sociedade
profissional observa-se diferenças nas ocupações, fazendo com que o indivíduo
ganhe prestígio ou não, dependendo do tipo de atividade exercida ou do grau
hierárquico de sua função.
Melvin Marvin Tumin, sociólogo contemporâneo pensa desigualdade social e
estratificação social como sinônimos, pois para ele a estratificação é
compreendida como a “disposição de qualquer grupo ou sociedade numa hierarquia
de posições desiguais com relação a poder, propriedade, valorização social e
satisfação psicológica.”
Tanto na sociedade quanto nos indivíduos, o que importa é como se dá a
distribuição dos bens.Em uma sociedade industrial urbanizada, a distribuição
dos bens se dá de acordo com a posição ou status do indivíduo, sobretudo se ele
possuí uma profissão que lhe garante algum status.A sociedade possuí diversos
estratos organizados hierarquicamente conforme o poder, propriedades,
valorização e satisfação psicológica.
Os estratos consistem em status socialmente definidos que recebem cotas
determinadas de poder, propriedade e prestígio. Dessa forma, estrato pode ser
definido como conjunto de pessoas que, em uma determinada sociedade e em dado
período, tem status equivalente ou semelhante, distinto do status dos demais
componentes dessa sociedade.
Hoje existem vários critérios que os pesquisadores utilizam para
analisar e invesigar de forma empírica a divisão social da sociedade e também
como ocorre essa estratificação, também são variados os critérios usados nas
investigações para estabelecer a estratificação, são exemplos: riqueza,
educação, prestígio da ocupação, origem étnica, zonas residenciais etc.
TIPOS DE
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
Castas – Na Índia, as castas permanecem fortemente enraizadas, apesar de
legalmente não existirem mais. Castas são grupos sociais fechados, os
casamentos só são permitidos entre membros da mesma casta.A estraficação social
ocorre na Índia de maneira rígida e fechada, não oferecendo oportunidade de
mobilidade social. Os sacerdotes e mestres da erudição sacra, são os brâmanes,
e ocupam o mais alto grau da sociedade indiana,em seguida os guerreiros
pertecentes à aristocracia militar e também os governantes denominados xátrias.
Em terceiro lugar encontram-se os comerciantes, os artesãos e os camponeses,
denominados vaícias.Os sudras constituem a casta mais baixa, geralmente fazem
trabalhos manuais e realizam atividades servis de toda espécie.
A estratificação social na Índia ajudou a desenvolver o conceito de seres
superiores e inferiores, para os indianos e indianas esse sistema é tão
relevante que para esse povo a evolução do espírito depende da aceitação
passiva de se manter nas normas da casta, com a casta mais baixa servindo a
casta superior, aceitando a desigualdade social.Em 26 de Novembro de 1947 as
castas foram abolidas oficialmente por meio de uma lei contitucional, que dá o
direito de igualdade a todos os cidadãos, sendo proibido qualquer tipo de
rejeição na sociedade hindu.No entanto podemos verificar que essa lei nada
significa, principalmente nas pequenas aldeias, onde as castas superiores não
querem perder seus privilégios e as castas inferiores continuam sendo
humilhadas e rejeitadas, além de excluídas, pois não tem acesso a educação, e
têm os piores empregos.
Segundo muitos sociólogos, a diferença de castas ocorre devido ao
contato de raças diferentes em decorrência de conquistas, como no caso da
Índia.A palvra casta é de origem portuguesa, e para os indianos e indianas
corresponde a varna, cujo significado é cor, sendo que a cor das castas
superiores é mais clara que a das inferiores.
Estamento ou estrato – O sistema de estamentos vigorou na Europa
Ocidental durante o feudalismo, no período medieval.O estamento é uma sociedade
semelhante a casta, só que um pouco mais aberta.As divisões sociais no
estamento são reconhecidas por leis que estão em geral ligadas ao conceito de
honra.Neste tipo de sociedade a mobilidade social era difícil de ocorrer, mas
não impossível como nas sociedades de castas.
A mobilidade social era possível quando a igreja escolhia pessoas menos
favorecidas economicamente como membros, quando ocorria a libertação de um
servo pelo seu senhor, quando um homem pobre recebia títulos permitidos pelo
vassalo, ou pelo casamento de uma filha de comerciante rico com uma pessoa
pertencente a nobreza. Contudo mesmo sendo relativamente possível a mobilidade
social nestas sociedades dificilmente ocorria.
A nobreza e o alto clero eram os donos das terras e obtinham renda
através da exploração de seus servos.Os nobres exerciam o poder judiciário e
ocupavam-se da guerra e da caça.Os comerciantes apesar de possuírem riquezas,
não possuíam poder como a nobreza. Os artesãos viviam nas cidades reunidos em
associações, os comercinates livres trabalhavam a terra e vendiam os produtos
nas cidades, o baixo clero era de origem pobre e vivia com o povo prestando
assistência religiosa.Os servos trabalhavam a terra, e parte de sua produção
era “cedida” para o senhor feudal, por estarem ligados a terra, os servos mudavam
de senhor se a terra passasse para outro dono.
Os diferentes estamentos dentro da sociedade feudal desenvolveram
sistemas de privilégios e atividades sociais. A classe dominante por estar mais
organizada, tratou de dar continuidade ao sistema e de realizar, de forma
tradicional, os deveres que seriam próprios de cada estamento.Não deixando de
haver possibilidades de mobilidade social, a classe dominante para se manter no
poder, teve inicialmente suas atividades voltadas para serviços de guerra, cargos
públicos, propriedade de terra e também serviços ligados a Igreja, em hipótese
alguma realizavam serviços manuais ou do comércio.
Em toda forma de dominação há desigualdade de direitos e privilégios, o
que ocasiona revoltas, agressões e manifestações, contudo os estamentos
inferiores do período feudal não tinham a pretensão de ir contra o sistema
estamental superior, quando se manifestavam era para lutar por igualdade de direitos e privilégios entre
si.
Com o surgimento das cidades e o desenvolvimento do comércio, surgiu uma
outra classe: a burguesia, que aos poucos, foi adquirindo poder em relação aos
nobres.O estamento burguês especializou-se em diversos tipos de
atividades.Enriquecendo, a burguesia passou a exigir maior liberdade e
participação política, além do rompimento dos laços com o senhor feudal, para
que o comércio pudesse expandir-se cada vez mais.
CLASSES SOCIAIS
Na sociedade
capitalista, alguns poucos proprietários são donos dos meios de produção, e a
maioria da população representa a força de trabalho; nessa sociedade ocorre a
desigualdade social.Os proprietários, donos dos meios de produção, possuem a
renda mais alta, os de renda média são os trabalhadores(as) de trabalho
qualificado, os de renda baixa são os trabalhadores(as) de mão de obra não
qualificada.
Os donos dos
meios de produção são os que gozam de maior prestígio social, têm mais
privilégio e poder. A distribuição de poder baseia-se na posição dos indivíduos
com relação aos elementos da produção.Os que possuem os meios de produção têm
um maior nível de consumo e mais prestígio social que os trabalhadores (as) que
possuem apenas seu trabalho, não desfrutando das mesmas condições dos donos da
produção, vendo-se obrigados(as) a trabalhar para os proprietários recebendo em
troca uma remuneração.
Podemos
definir classe social como o grupo de pessoas que apresentam uma situação ou
status social similar com relação aos elementos de produção ou a outros
critérios, sobretudo o econômico.
A sociedade
pode ser classificada de acordo com o nível de consumo de seus membros.Os donos
dos meios de trabalho adquirem bens e serviços de luxo, os trabalhadores (as)
que possuem mão de obra qualificada adquirem bens por preços intermediários, já
os trabalhadores(as) de mão de obra não qualificada somente adquirem bens de
primeira necessidade.
Na sociedade
capitalista, a classe social está classificada da seguinte forma:
Classe alta –
indvíduos com grande poder aquisitivo, são os proprietários do capital, os
grandes industrais, os banqueiros e os grandes comerciantes, além dos grandes
proprietários de terra.
Classe média
– indivíduos com renda e poder aquisitivo medianos, pequenos empresários e
microempresários, pequenos comerciantes, pequenos produtores rurais,
profissionais liberais como advogados, médicos, engenheiros, dentistas etc.
Classe baixa
– camada de pequeno poder aquisitivo e baixa renda, trabalhadores com pouca
qualificação, comerciantes informais, desempregados, os que vivem com uma renda
inferior e insuficiente para o dia a dia.
Há diversas
teorias científicas para definir o conceito de classe social, o sociólogo
norte-americano Gerhard Emmanuel Lenski, afirmou que “durante séculos houve uma
tendência, por parte dos conservadores, de interpretar a classe social como uma
necessidade funcional para a sobrevivência da sociedade.”
Vilfredo
Pareto, sociólogo italiano, ao definir classe social e na tentativa de provar
sua necessidade assim como Gaetano Mosca foi mais longe. Para estes sociólogos,
nos modernos sistemas industriais ocorre a circulação de elites; portanto, não
há nenhuma classe dominante permanente.
O termo
classe social pode ser definido como um grupo de indivíduos segundo seu poder
aquisitivo.No sistema de castas, por exemplo, a sociedade estava dividida por
camada social.A diferença dos outros grupos, seja do sistema capitalista ou
feudal, é que a possibilidade de mobilidade social é nula, inexistente, a
pessoa que nascia na casta considerada baixa permanecia na mesma, sendo
impossível mudar de status por conta de mudanças em seu poder
aquisitivo como ocorre no sistema capitalista.
De acordo com
Marx, “as classes sociais estão
associadas à divisão do trabalho.São grupos coletivos que que desempenham o
mesmo papel na divisão do trabalho num determinado modo de produção.” Na visão
marxista, em toda sociedade, não importa se pré-capitalista ou com
característica capitalista, a classe dominante controla direta ou indiretamente
o Estado.
No sistema
capitalista industrial, a sociedade pode ser classificada em três níveis
diferentes: a classe alta, a classe média e a classe baixa.Nos países
subdesenvolvidos,a classe média é a minoria e a classe baixa é a grande massa
da população.A partir dessa divisão é possível encontrar outras classes:
Classe altíssima –
composta por indivíduos que se destacam economicamente (elite). Ex: Donos de
empresas de origem familiar tradicionalmente ricos, banqueiros etc.
Classe alta –
composta por indivíduos que se tornaram ricos por receberem uma boa
remuneração.
Classe média alta
– composta por indivíduos com uma remuneração razoável, como médicos,
advogados, dentre outros.
Classe média –
composta por indivíduos que recebem uma remuneração mediana, como gerentes,
arquitetos etc.
Classe média baixa
- composta por indivíduos que recebem um salário mais baixo, como secretários,
vendedores, recepcionistas etc.
Classe baixa -
composta por indivíduos que exercem trabalhos braçais, como operários,
serventes, garis, etc.
Classe abaixo da
linha da pobreza – composta por pessoas que não representam mão de obra
especializada, não possuem escolaridade suficiente para o mercado de trabalho,
possuem renda muito baixa ou nenhuma fonte de renda.
No mundo
capitalista, quanto mais poder econômico um indivíduo possuí, mais assume seu
papel de classe dominante na sociedade, adequando assim a estrutura social para
a perpetuação da exploração controlando outras classes de poder aquisitivo
menor, para assim manter-se no poder, no controle.
Marcadores sociais de
diferença
Quando
examinamos, fazemos uma análise das sociedades, identificamos imediatamente a
existência de diversidades e desigualdades sociais.Muitas das diferenças entre
os indivíduos são de natureza humana como por exemplo, gênero, cor da pele,
idade, altura etc. Contudo as desigualdades sociais são produto das relações estabelecidas
entre os indivíduos, como vimos anteriormente ao estudarmos classes sociais e o
sistema capitalista, estas rfletem os conflitos de interesses de grupos ou
indivíduos em relação aos outros grupos ou indivíduos que, geralmente, colocam
todos na condição de opressores e oprimidos.
Historicamente
vimos que o capitalismo apresenta um grande conflito: a luta entre burgueses e
proletários.No entanto, a história do século XX apresenta outros conflitos de
interesses que vão muito além da divisão da sociedade em classes: conflitos
entre os gêneros (homens e mulheres), adultos e jovens, brancos e não-brancos,
minorias étnicas, heterossexuais e homossexuais.
As mulheres a
partir do século XIX, e os jovens e as minorias sexuais, a partir dos anos de
1960, passaram a demonstrar sua revolta de forma coletiva.No século XX os
negros e outras etnias demonstraram sua força, nas lutas pelos direitos civis
nos EUA, pelo fim do apatheid na África do Sul e pelo fim do racismo, no
renascimento do movimento negro no Brasil e na luta dos palestinos.
Apesar da
força social dos movimentos construídos pelos oprimidos, dos milhões de vidas
sacrificadas em nome da igualdade de direitos e da liberdade, a história desses
grupos não é animadora.Sabemos que as condições de trabalho melhoraram, mas as
melhorias foram limitadas aos países imperialistas centrais, e a grande maioria
dos trabalhadores ainda é explorada, de forma semelhante ao século XIX.A cada
dia morre mais seres humanos de fome que no tempo da escravidão.Os oprimidos ajudaram
a fundar partidos, sindicatos e associações, mas a maioria destas entidades
ainda não conseguiu reverter as condições subhumanas dos subjugados da
história.
Muitos
indivíduos são submetidos a uma série de discriminações e preconceitos só pelo
fato de pertencerem a uma determinada categoria de pessoas.A opressão, para se
justificar, faz uso de um sistema de idéias a que chamamos de ideologia.
Existem ao
menos cinco situações de desigualdade e opressão: de classe, de gênero, de
geração, de raça/etnia e de orientação sexual.
As desigualdades de classe – Como
aprendemos, as desigualdes sociais se formaram em consequência da distribuição
desigual de renda, do excedente de riqueza produzido pelas sociedades. As
sociedades agrícolas antigas eram capazes de produzir uma quantidade de
alimentos superior as necessidades, isso proporcionou a uma pequena camada da
população o privilégio de deixar de trabalhar e viver do trabalho alheio.
As várias
classes sociais dominantes se caracterizaram por apropriarem-se, em modo e em
tempos diversos, do excedente de riqueza produzida pelas classes subalternas.O
sistema econômico dominante em cada época se esforça em manter separadas as
classes sociais e reduzir ao mínimo as possibilidades de ascensão social.Isso
ocorre através do sistema escolar, à separação territorial de classes sociais:
Rio de janeiro – Zona Oeste, favelas, subúrbios, zona norte e zona sul, à
ideologia etc.
Contudo o
sistema capitalista fez da ilusão da ascenção social ou da mobilidade social um
dos pilares de sua ideologia. Hoje, haveriam três classes fundamentais nos
países imperialistas e no Brasil se seguirmos as teorias de Marx: o
proletariado, a burguesia e a pequena burguesia. Mas com a realidade imposta
pelo neoliberalismo[1],
encontramos também milhões de indivíduos totalmente excluídos de qualquer
relação social, política e econômica.
As
desigualdades de gênero – Desde a antiguidade várias sociedades mantiveram
a supremacia masculina, esta dominação provocou a esclusão sistemática das
mulheres da política, do governo, da literatura, da arte, com exceção de raros
e relevantes momentos. Esta é a exclusão mais sistemática já praticada na
história da humanidade.A herança desta história de dominação masculina se
expressa hoje de diversas formas, entre elas: o uso da violência
institucionalizada e doméstica, a legislação discriminante, dependência
econômica ao marido e ao pai, além é claro da coisificação da mulher etc.
Chamamos
machismo à ideologia que, através de diversas formas, os homens justificam a
opressão que exercem. Entretanto as características do sistema capitalista
favorecem a inserção da mulher no mercado de trabalho e isso fez com que elas
pudessem sair em parte é claro, do próprio isolamento.
As primeiras
revoltas contra a opressão feminina ocorreram no final do século XIX, a partir
dos movimentos pelo voto universal (sufragistas) e daqueles ligados ao
movimento operário.Não podemos esquecer que durante a Revolução francesa as
mulheres foram de extrema importânca para o movimento, inclusive foram as
peixeiras de Paris, em marcha para Versalhes que retiraram rei e rainha do
palácio a força, e também foram as mulheres que foram as ruas reclamando do
preço do pão e muitas outras atrocidades cometidas pelos monarcas deste período
Luis XVI e Maria Antonieta.
Essas lutas
ganharam maior impulso nos anos de 1960, quando os espaços conquistados pelas
mulheres representaram uma transformação sem precedentes na própria condição
feminina. Mas infelizmente a discriminação persiste e se manifesta desde piadas
até mesmo na legislação contrária ao divórcio que ainda sobrevive em muitos
países, na violência doméstica, na discriminação no local de trabalho etc.Mas as mulheres aqui
no Brasil tiveram uma conquista recente e muito importante: a Lei Maria da
Penha [2]- a lei número 11.340 decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva em 7 de agosto de 2006; dentre as várias mudanças promovidas pela lei está o
aumento no rigor das punições das agressões contra amulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou
familiar. A lei entrou em vigor no dia 22 de
setembrode 2006, e já no
dia seguinte o primeiro agressor foi preso, no Rio
de Janeiro, após tentar estrangular a ex-esposa.
As desigualdades
de geração – A
especificidade da opressão sobre os jovens é sua transitoriedade.Uma vez
adulto, o jovem poderá se transformar em opressor, esquecendo as próprias
condições nas quais viveu como oprimido.Apesar disso os jovens sempre se
rebelaram diante das regras sociais impostas.A sua luta, contudo, foi, até
pouco tempo, escondida e isolada no espaço doméstico. O advento do sistema
escolar de massa fez com que eles se encontrassem, criando espaços coletivos como
manifestações, ocupações, contestações,greves, expressões culturais
alternativas.
Habitualmente, os jovens se organizam em associações bem estruturadas,
como grêmios escolares, DCEs, DCAs, centros sociais etc. caracterizadas por um
baixo grau de formalismo ( larga participação etc.). A opressão contra jovens
se manifesta hoje na sociedade através da discriminação no trabalho ( baixos
salários, desemprego, exploração), na limitação dos direitos civis (violência
doméstica, etc.). Felizmente este quadro já vem se modificando a bastante
tempo, embora ainda existam algumas questões a serem examinadas amplamente,
como o primeiro emprego, a situação dos estagiários etc.
A desigualdade
racial – Esse tipo de opressão é bem antigo,
quando haviam diversas etnias que guerreavam entre si.Entretanto estes
conflitos não ocasionavam grandes tragédias, como as que ocorreram e ocorrem
ainda hoje.Além disso não tinham como consequência a dominação de uma etnia
pela outra.Com a divisão da sociedade em classes, verificou-se o estabelecimento
da condição de escravos para os derrotados. A palavra escravo tem origem no
nome do povo Eslavo, entre o qual na antiguidade se recrutava o maior número de
escravos. Após os grandes impérios submeteram povos inteiros à escravidão ou ao
pagamento de tributos para sustentar os governos dominadores.
A luta dos povos e etnias oprimidas em determinadas sociedades marcou
épocas e não há perspectivas de sua eliminação no atual sistema capitalista.Em
épocas passadas eram nações dominadas pelo centro econômico europeu ( chineses,
indianos, africanos).
Esta opressão consiste frequentemente em sufocar costumes, hábitos
sociais e, por conseguinte, a língua, a religião, a cultura e a história. Em
determinadas situações, a exploração econômica de uma etnia sobre outra se
expressa através de discriminações no mercado de trabalho. Esta opressão sempre
provocou reações, como lutas por um autogoverno ou pela autodeterminação dos
povos.Nações e etnias oprimidas como os palestinos e os negros no Brasil,têm
obviamente culturas próprias,elaborando,assim, suas próprias idéias.
O nacionalismo dos povos oprimidos e a auto-estima dos negros
brasileiros não podem ser confundidos com aquele nacionalismo que oprime ou com
o racismo às avessas, pois estes são também opressores,já que significam, no
fundo, a dominação de um grupo, ou nação sobre os outros.
A desigualdade de
orientação sexual - A opressão contra gays e lésbicas se expressa
sob todas as formas socioeconômicas, em todas as sociedades,através da
obrigação de seus membros de aderir a heterossexualidade. Quem se opõe ao
padrão de “normalidade” estabelecido, ou seja, a heterossexualidade sempre é
punido ou considerado portador de uma doença, vítima de discriminação.
Esta discriminação variou de intensidade nas diferentes épocas, mantendo
porém, uma absoluta continuidade, o famoso escritor Oscar Wilde sofreu com a codenação a partir do parágrafo
175 [3]foi julgado
culpado de "práticas estranhas à natureza" e condenado a dois anos de
trabalhos forçados pelo tribunal de Old Baley.A condição de gay ou lésbica é atacada de forma sistemática pela
sociedade. Só o fato de haver grupos sociais que colocam em discussão a
heterossexualidade é visto por muitos como um atentado.
A discriminação não é obviamente operativa se gays e lésbicas mantiverem
na clandestinidade a própria orientação sexual.É no momento em que se assumem
publicamente que começa a guerra contra eles.Essa discriminação atua em todos
os setores: no local de trabalho, onde, além de correrem o risco de demissão,
são molestados pelos outros trabalhadores (as); na sociedade, que os impede de
ter qualquer posto de comando; na família, em que a declaração de
homossexualidade chega a gerar crises e chantagens de várias naturezas.
A discriminação opera com tal violência, física e psicológica, que o
indivíduo não tem coragem de reconhecer nele mesmo a própria essência de sua
orientação sexual. Porém, se há oprimidos, existem também os opressores.Estes
se encontram geralmente nos heterossexuais,eles encontram uma série de falsas
vantagens de natureza quase exclusivamente psicológica para contribuir com a
opressão.
Tornar os homossexuais alvo de chacota e mostrar, em público, o desprezo
para com eles, assegura a própria identidade heterossexual para si mesmo e para
os outros, mantendo assim a participação na “normalidade” sexual dominante.
Concluindo, alguns indivíduos recebem salários menores que outros mesmo
tendo a mesma qualificação profissional, pois os fatores que determinam essa
situação estão nas diversidades de etnia, gênero, orientação sexual e de
geração.Ou seja, essas diferenças entre os indivíduos são transformadas, nas
relações sociais, em
desigualdades. Portanto , quando ouvimos piadas, frases
discriminatórias sobre mulheres, judeus, adolescentes, jovens, homossexuais e
negros, elas reforçam e refletem as desigualdades sociais.
Negros e negras não são “incapazes”, “ignorantes”, “primitivos”,
“bandidos”, etc., e que por isso recebem menores salários que os brancos. É o
modelo capitalista que se aproveita da ideologia da inferioridade racial para
explorar ainda mais os trabalhadores e trabalhadoras e extrair mais-valia
maior.As mulheres não são inferiores intelctualmente aos homens, não são apenas
objetos, nem todas são fúteis e desatentas,
afinal existem homens com as mesmas características, portanto essas não são
características exclusivas das mulheres e não são gerais, as mulheres possuem
raciocínio lógico, senso de direção, essas afirmações infundadas só servem para
reforçar a dominação masculina.Enfim, no mundo do trabalho, em qualquer
profissão, além das desigualdades de classe, certos indivíduos podem sofrer
duas, três, quatro ou cinco vezes mais exploração e as desigualdades sociais.
Atividade I
Leia o poema
abaixo:
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície
do pátio
Catando
comida entre os detritos.
Quando
achava alguma coisa,
Não
examinava nem cheirava:
Engolia
com voracidade.
O bicho
não era um cão,
Não era um
gato,
Não era um
rato.
O bicho,
meu Deus, era um homem.
(Manoel
Bandeira)
Reflita
acerca do poema e relacione com o que aprendemos até aqui.
Atividade
II
1 – Caracterize,
compare e dê exemplos de diversidades humanas e desigualdades sociais
2 - Quais as principais características das
cinco desigualdades apresentadas em nosso texto?
3 – Cite pelo menos três características
comuns às cinco desigualdades.
ATIVIDADE III
1 – Você se
encaixa em algum tipo de opressão/desigualdade relatada no texto?
2 – Na sua
opinião, como é possível a tomada de consciência das opressões da parte de um
indivíduo se este sofre o peso da persuasão ideológica e algumas vezes até com
certa violência?
3 – Quais
poderiam ser os mecanismos de luta contra as ideologias machistas, racistas e
homófobas? E contra o preconceito e a discriminação contra jovens e contra a
luta pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores?
Os diferentes modos de produção;
Quando falamos em economia, a maioria das pessoas geralmente se entedia e cria uma imagem de números e cálculos em suas cabeças. Não poderia ser diferente, uma vez que os telejornais utilizam termos incompreensíveis, inflação, juros, déficit, superávit, falam muito sobre a queda do índice da bolsa de valores, alta do dólar, parece que nunca compreenderemos de fato do que trata a economia, contudo entender economia é muito mais simples do que imaginamos. Podemos definir economia como: “A forma pela qual o conjunto de indivíduos existentes em uma sociedade participa da produção, da distribuição e do consumo de seus bens e serviços.”
Quando
falamos em bens estamos nos referindo a qualquer coisa ou matéria produzida
pelo homem: automóveis, roupas, sapatos, alimentos, móveis etc.Serviços
referem-se a atividades desenvolvidas pelo homem, tão diversas como uma
consulta médica, o atendimento ao público em um banco, ou em um posto do INSS
etc.
Bens e
serviços são desenvolvidos pelo homem a partir da sua capacidade física e
intelectual, a qual chamamos de força de trabalho.É através do trabalho que o
homem transforma e domina a natureza, contribuindo para a melhoria da sua
qualidade de vida ou até mesmo para a sua destruição, como por exemplo através
da poluição atmosférica provocada por
uma fábrica etc.Todas as vezes em que os elementos da natureza são apropriados
economicamente pelo homem, eles se transformam em recursos naturais. Assim
podemos chamar as árvores (matéria-bruta) que são cortadas em toras
(matéria-prima) para a produção de móveis ( produto final)
Instrumento
de produção é qualquer bem utilizado pelo homem na transformação da matéria
prima e produção de outros bens e serviços. Definimos desta forma as
ferramentas de trabalho, as máquinas e equipamentos (instrumentos de produção
diretos), assim como o local de trabalho e a energia elétrica que utilizamos
(instrumentos de produção indiretos), sendo assim as matérias-primas e os
instrumentos de produção formam o conjunto de meios materiais necessários à
produção de qualquer tipos de bens ou serviços; a esses meios materiais
chamamos de meios de produção.
Uma das
caracterísitcas que vai diferenciar os diversos tipos de sociedades que se
organizaram historicamente é a forma pela qual o homem, através do trabalho,
utilizou os meios de produção que estavam disponíveis em seu meio.A associação
entre o trabalho humano e os meios de produção chamamos de forças produtivas.
Cada sociedade possuí o seu conjunto de forças produtivas.
Um conceito
que define a forma pela qual os diversos homens ou agrupamentos se relacionam
entre si em todo processo de produção material existente na sociedade chama-se:
relações de produção.As relações de produção vão determinar, juntamente com as
forças produtivas, a organização e o funcionamento da sociedade como um todo,
estabelecendo as distinções entre os diferentes modos de produção que
caracterizam a humanidade.
Modo
de produção primitivo / sociedades sem estado
A chamada “
comunidade primtiva” foi a primeira forma de organização social dos seres
humanos quando deixaram de ser nômades e se tornaram sedentários, ou seja, com
a “descoberta” da agricultura e a domesticação dos animais os homens
fixaram-se, pois não precisavam mais sair em busca do alimento e passaram a
cultivar a terra e a criar animais.
Nesse tipo de
modo de produção, os homens trabalhavam coletivamente, repartindo entre si o
resultado da pesca, da coleta de frutos e raízes, da caça.Não existia
propriedade privada e as relações de produção eram caracterizadas pela ajuda
mútua entre todos os membros da coletividade.Não existia o Estado, e a
sociedade não era divida em classes sociais, nessas comunidades tem origem a
especialização de funções, ou seja, uns caçam, outros plantam, uns fabricam
utensílios, outros cuidam dos rituais religiosos.
Apesar da
utilização do termo “primitivo” por muitos autores ao referirem-se a essas
sociedades, devemos chamar atenção para:
1 - Não
devemos considerá-las como atrasadas em relação a outras formas de organização
social.Essa idéia conduziria à adoção de uma teoria evolucionista, como se um
certo tipo de sociedade pudesse suceder a outro tipo através da história, o que
não corresponde a realidade, já que, até hoje, esse modo de produção pode ser
encontrado em tribos existentes na Amazônia, na África e na Oceânia.
2 – Trata-se,
na verdade, de sociedades extremamente complexas, principalmente do ponto de
vista da sua cultura, o que foi demonstrado, amplamente por inúmeras pesquisas
realizadas por antropólogos.
3 – Dentro
desta forma de classificação existem sociedades distintas entre si sob o
aspecto cultural, o que se reflete na sua forma de organização social.
A idéia de
“modo de produção primitivo” está sendo utilizada apenas para destacar
principalmente os elementos econômicos comuns que estão presentes nessas
diferentes sociedades.
MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA/
ESCRAVOCRATA
A escravidão não é um fenômeno novo, sua presença é notada
nas sociedades paleo - orientais como Egito e Mesopotâmia. Também de Roma e
Grécia nos vêem relatos da presença, aliás maciça, de cativos nestas
civilizações. Variando de caráter , sempre se marcou esta prática pela submissão
de uma pessoa a outra, tendo nesta relação uma idéia de posse, fosse temporária,
como no Egito ou permanente como em Roma, o escravo era propriedade de outra
pessoa. Suas vontades, desejos, aspirações , passavam antes pelo crivo da
submissão e da humilhação, uma vez que é inerente ao homem ser livre.Negamos a
idéia de Aristóteles que conforme nos lembra Jaime Pinsky (1993, p13), entendia
como natural à submissão do escravo.O filósofo macedônio se esquecia, talvez
pela abundância de cativos em sua época, da historicidade desta condição, uma
vez que a ninguém é natural a submissão, esta naturalização de uma idéia
cultural embasa a prática discursiva dos defensores de tal sistema, uma vez que
nada fazem além de levar a cabo certas disposições do meio natural que os
cerca.
A presença do escravo no Brasil é inerente ao próprio sistema
econômico aqui implantado. Contudo, algumas considerações devem ser feitas.
Devemos nos lembrar que a utilização do escravo deveu-se principalmente a falta
de contingente populacional em Portugal capaz de dar conta da colonização e
utilização de forma proveitosa destas terras, deste modo, o escravo teve de ser
feito e trazido ao Brasil por ser elemento chave da produção.
Todos sabemos que “modo de produção” consiste no conjunto de
atividades econômicas existentes em determinada época, o modo de produção escravista
trata-se de uma atividade econômica não somente utilizada nas colônias
portuguesas, as colônias do sul da chamada Nova Inglaterra (Estados Unidos)
também utilizavam a mão de obra escrava, mas não da mesma forma que Portugal o
fazia, como base econômica Portugal tinha o trafico negreiro, a Virginia , Geórgia,
Carolina do Norte e do Sul e Maryland dedicaram-se ao plantio de produtos tropicais
para exportação, como fumo, arroz e posteriormente algodão, o cultivo era
conhecido como plantation, assim como em terras brasileiras era feito em
grandes propriedades, ou seja, latifúndios, sob o regime escravo, porém não
baseavam a sua economia na comercialização de mão de obra escrava, essa foi a
diferença.
Enfim o escravismo aproxima-se mais da escravidão da idade
antiga do que da escravidão patriarcal oriunda da própria África, o africano ao
ser separado de sua sociedade e trazido para o “novo mundo” passaria por um
processo de dessocialização, o que implicou em despersonalização, o que não
ocorria na África ao serem feitos escravos, pois permaneciam em seu âmbito,
parcialmente é claro, e não passavam por este processo de “desafricanização”.
Para os colonizadores, os escravos eram considerados como
coisas, e dificilmente poderiam entender que um cativo possuísse personalidade,
alegavam que o negro não tinha alma. No que tange ao tratamento diferenciado
entre negros cativos do engenho e os urbanos, o fator de semelhança baseava-se
na obediência o “ser” obediente ou “não ser” caracterizava o escravo como um
“bom escravo” ou “um mau escravo” para seu proprietário , e o obediente
logicamente valia mais no mercado e esse fator também definia os seus
constantes castigos, já que o escravo obediente aguentava a rotina desumana de
trabalho forçado sem lamentação, falava a língua de seu senhor, rezava para o
Deus do seu senhor e não fugia, mero cativo, o trabalhador escravizado seria
ajustado, “bem ou mal” “ao aparelho de produção por uma combinação mais ou
menos eficaz de violência, agrados, persuasão etc”.
Por muito tempo a
historiografia descrevia o escravo como vítima ou como herói, mas nunca como
agente do sistema. Sendo agentes dentro da malha escravista, a relação entre
cativos e os seus senhores variava entre a violência e a barganha, muitas vezes
marcada por uma negociação maliciosa, alguns autores afirmam que era
fundamental para o bom funcionamento do sistema escravista, se os senhores ou
barões cediam e concediam pouquíssimas vezes para melhor controlar, os escravos
pediam, e aceitavam muitas vezes para melhor viver, algo mais do que
sobreviver, quando a negociação falhava ou nem se quer acontecia o resultado
eram fugas constantes, rebeliões, assassinatos, suicídios, ou seja, sem algum
tipo de negociação era impossível o controle desse sistema, ou se perderiam todos
os escravos. Essa massa populacional transferida da África para as colônias não
pode ser considerada apenas como força de trabalho eles também são formadores
da sociedade brasileira e não objetos que ajudaram a construir o Brasil e a
enriquecer os portugueses.
O trafico de escravos, a escravidão e a reprodução de
cativos na costa africana podem ser considerados como fatores decisivos na
sociedade brasileira exercendo influência direta em seu âmbito econômico, social
e cultural, alguns historiadores e sociólogos atribuem ao escravismo colonial a
gênese da produção capitalista do Brasil, sobretudo após a abolição, em
particular na referência ao desenvolvimento de quatro grandes regiões, Rio de
janeiro, São Paulo , Sul e Nordeste.
Hoje como se não bastasse todos os acontecimentos anteriores
decorrentes da escravidão, esse crime repugnante ainda continua a ser cometido
na sociedade brasileira, em pleno século XXI , foram descobertas fazendas que
estão utilizando trabalho escravo, o governo federal em parceria com ONGs está
procurando grandes empresas para participar-lhes da situação legal de alguns de
seus principais fornecedores. Foram descobertas inúmeras fazendas que ainda
utilizam a mão de obra escrava, porém hoje a dinâmica utilizada é diferente,
com a argumentação mais elaborada para manterem os “cativos” trabalhando, estas
fazendas estão na “lista suja” do trabalho escravo.
O produto das fazendas escravocratas atuais está em uma
pesquisa encomendada pela secretaria especial de direitos humanos e foi realizada
pela ONG Repórter Brasil, o estudo que conseguiu muito apoio, inclusive da
organização internacional do trabalho revela que há mais de duzentas empresas
envolvidas no sistema escravista, só no ano de 2004 ao se iniciar o
levantamento haviam noventa e seis fazendas catalogadas, até maio do ano de
2005 foram cento e cinqüenta e cinco, uma dúvida comum entre os empresários que
foram procurados e muitos leitores da revista época, foi entender a diferença
entre o trabalho degradante e mal remunerado e trabalho escravo, isso porque a
idéia que muitos ainda tem de escravidão esta associada a navios negreiros,
correntes, chibatadas etc, o que não é o caso atualmente, as concepções hoje
são bem diferentes, para ser considerado escravo basta ter restrições de liberdade,
além de um serviço degradante, sem água potável, sem abrigo, sem condições de
higiene, os escravos da atualidade são impedidos de sair por causa de ameaças
feitas por jagunços, retenção de seus documentos e dívidas inventadas pelo
aliciador.
As fazendas infratoras atuam em sete setores, principalmente
no de carne bovina para comercialização interna e para exportação, cana de
açúcar para produção de álcool, café para exportação, carvão para siderurgia,
soja para produção de óleo de cozinha e exportação, algodão e pimenta do reino.
As fazendas escravocratas atuais ainda podem prejudicar a exportação de
produtos, pois é o suficiente para que qualquer país proponha uma ordem contra
o Brasil na comissão de direitos humanos da ONU.
Os fiscais e as entidades que combatem o trabalho escravo
estão preocupados com as liminares concedidas pela justiça para que algumas
fazendas sejam retiradas da “lista suja”, desde o inicio das investigações dez
fazendas já conseguiram sua retirada, a ultima foi a destilaria Gameleira, no
Mato Grosso, que já havia sido flagrada três vezes com trabalhadores em
condições equivalentes a escravidão, até deixar a lista, esta era a recordista
do cadastro com um número de 318 trabalhadores resgatados em um único dia,
imaginem quantos não poderiam ainda estar escondidos? Entre as dezenove
atuações feitas até então pela fiscalização do governo, há retenção de
documentos, jornada de trabalho superior a doze horas, isso faz recordarmos
algum outro momento histórico não é mesmo? Também falta de abrigo para
refeições, inexistência de descanso semanal dentre outras atrocidades como a
falta de água potável, presença de seguranças armados e é claro o espancamento
de funcionários como de praxe em todo sistema escravocrata.
Tudo isso nos leva a refletir que realmente a utilização
do trabalho escravo está relacionada ao capitalismo, pois estes fazendeiros
praticam estas atrocidades na busca incessante por lucros, pois se fossem
remunerar decentemente seus funcionários não conseguiriam obter a quantidade de
lucro desejada por eles, assim como todo capitalista o faz, estamos em pleno
século XXI, mas muitas atitudes continuam conservadoras, preconceituosas e
inaceitáveis assim como a dois séculos atrás.
MODO DE PRODUÇÃO
FEUDAL/FEUDALISMO
Característico do Japão até o século XVIII e da EUROPA
ocidental durante toda a idade média, o feudalismo era baseado em relações
servis de produção, senhores feudais e servos, e na propriedade do senhor sobre
a terra.
Diferente do
escravo, o servo poderia trabalhar uma parte da terra do senhor em seu próprio
benefício, mas era obrigado a pagar diversos impostos ao senhor feudal e a
obedecer às leis que eles estabeleciam. Quando o
senhor feudal resolvia arrendar a terra seu servo permanecia como sendo parte
do patrimônio, além disso este mesmo servo devia obediência e satisfação ao
senhor feudal, não podiam nem ao menos casar-se sem autorização do senhor com
alguém de outro feudo e no caso de viúvas, estas também só podiam se casar
novamente com alguém da escolha do senhor feudal e no caso de não desejarem
casar-se novamente deviam pagar uma multa ao senhor.
O mesmo em caso de
falecimento do chefe da família ocorria, o seu herdeiro devia pagar uma quantia
determinada ao senhor se desejasse permanecer naquele feudo cuidando de sua
terra e em sua moradia, porém vale a pena ressaltar que a terra que cabia ao
servo camponês mal podia ser trabalhada para suprir as necessidades de
subsistência da sua família, pois a terra a ser arada primeiro era a do senhor,
a ser semeada também , a colheita etc, em caso de intempéries a plantação a ser
salva primeiro também era a do senhor, logo entende-se que este servo não
passava de uma espécie de escravo, possuindo apenas nova nomenclatura e uma
relação minimamente diferenciada.
Durante a idade moderna, com a formação dos grandes Estados
nacionais europeus, desenvolveu-se uma fase de transição, na qual conviviam
lado a lado diversas características do feudalismo e novas relações de
produção, desenvolvidas por uma classe social em ascensão, a burguesia, formada
por comerciantes que enriqueceram principalmente a partir das grandes
navegações.O conflito entre a velha aristocracia feudal e os interesses
burgueses deram origem às revoluções Inglesas do século XVII e à Revolução
Francesa do século XVIII ( a partir de 1789). A Revolução Francesa é
considerada como o grande marco da história do Ocidente, já que pôs fim à
sociedade estamental, inaugurando a Idade Contemporânea e a hegemonia do modo
de produção capitalista.
MODO
DE PRODUÇÃO ASIÁTICO
O modo de produção denominado asiático também existiu na
antiguidade, predominantemente na região da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e
Eufrates (Hoje, Iraque), na China e na Índia. Apesar do termo asiático, esse
tipo de organização sócio-econômica também prevaleceu em algumas regiões de
outros continentes, como a África (Egito antigo) e a América (Astecas,no atual
México, e os Incas na região dos Andes).
No modo de produção asiático as terras pertenciam ao Estado,
não sendo propriedade privada das classes sociais dominantes, no entanto o
Estado era encarnado na pessoa do Imperador, fosse ele o Inca Americano ou o
Faraó egípcio.Em torno dele, formavam-se os grupos privilegiados parasitários,
como nobres, sacerdotes, funcionários e guerreiros, que consumiam totalmente o
excedente produzido por escravos e camponeses.A agricultura,
base da economia desses Estados, era praticada por comunidades de camponeses
presos à terra, que não podiam abandonar seu local de trabalho e
viviam submetidos a um regime de trabalho compulsório. Na
verdade, esses camponeses (ou aldeões) tinham acesso à coletividade das terras
de sua comunidade, ou seja, pelo fato de pertencerem a tal comunidade, eles
tinham o direito e o dever de cultivar as terras desta.
Todas
as comunidades deviam tributos e serviços ao Estado ao qual estavam submetidas,
representado pelas figuras do imperador, rei ou faraó que se apropriavam do excedente agrícola (produção que
supera o consumo imediato), distribuindo-o entre a nobreza, formada
por sacerdotes e guerreiros. Lembrando que este "excedente" era,
freqüentemente, extorquido mais pelas necessidades da "nobreza" do
que por realmente ser um excedente propriamente dito nas comunidades.
Esse
Estado todo-poderoso, onde os reis ou imperadores eram considerados verdadeiros
deuses, intervinha diretamente no controle da produção. Nos períodos entre as
safras, era comum o deslocamento de grandes levas de trabalhadores (servos e escravos) para a construção de imensas
obras públicas, principalmente canais de irrigação e monumentos.
Essa produção de excedentes em benefício do Estado é que
proporcionou a constituição de grandes exércitos e de obras monumentais, tais
como pirâmides, templos e canais de irrigação.
Esse
tipo de poder, também denominado despotismo
oriental, marcado pela formação de grandes comunidades agrícolas e pela
apropriação dos excedentes de produção, caracteriza a passagem das sociedades
sem classes das primitivas comunidades da pré-história
(modo de produção primitivo) para as
sociedades de classes. Nestas, predominam a servidão entre explorados e
exploradores, embora a propriedade privada ainda fosse pouco
difundida.
Guardadas
as particularidades históricas, pode-se afirmar que os primeiros Estados
surgidos no Oriente Próximo (egípcios,
babilônios,
assírios,
fenícios,
hebreus, persas) também na
América pré-colombiana nas sociedades incas e maias desenvolveram esse tipo de
sociedade. Essas sociedades também podem ser consideradas sociedades
hidráulicas, pois também dominaram técnicas de drenagem e utilização da força
de rios para agricultura. Por fim, a servidão coletiva era o modo de pagamento
para o rei ou faraó pela utilização de suas terras. Outro aspecto que marca o
modo de produção "asiático" é a diferenciação social, onde
sacerdotes, servos e reis possuem funções sociais diferentes. ( Fonte:
Wikipédia)
MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA
Grandes
mudanças começaram a ocorrer em toda a Europa independentemente da vontade
daqueles que detinham o poder e a riqueza, a partir do século XV, o comércio já
era a principal atividade econômica na Europa, nesse período, o capitalismo
(mercantil ou comercial) estruturava-se definitivamente a partir da necessidade
e do interesse dos países europeus ou algumas cidades européias em aumentar seu
mercado para além dos limites nacionais e continentais. Essas mudanças
ocorreram de forma gradativa, imperceptíveis para aqueles que viviam naquela
época.Começaram a surgir novos grupos sociais: comerciantes, artesãos e
camponeses livres, algo impossível durante o período feudal pois a dificuldade
de mobilidade social era fato.
A
partir daí, ocorreu a decadência do feudalismo; a servidão
da gleba (obrigações feudais dos servos) foi substituída pelo trabalho
assalariado, e a primazia dos senhores feudais coube então à burguesia
mercantil e ao rei. A ampliação do comércio internacional consolidou o sistema
capitalista dentro de uma sociedade de classes, na qual, de um lado, surgia e
se fortalecia uma burguesia mercantil que, em aliança com os reis, detinha o
poder e a riqueza (capital), e, de outro lado, o proletariado que, separado do
capital e de seus meios de produção, tinha a oferecer sua força de trabalho em
troca de salário.
Foram
dois séculos de amadurecimento até a Revolução
Industrial (1750). As inovações técnicas aliadas às riquezas provenientes
das áreas colonizadas acabaram por promover um acúmulo de capital e uma
crescente expansão da economia. O capitalismo se tornou o modo de produção
dominante a partir da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra.
Surgiu,
assim, a necessidade de garantir o fornecimento de matérias-primas, dominar os
mercados consumidores e aplicar o capital de maneira segura, aumentando a
capacidade de produzir e, conseqüentemente, os lucros. A riqueza provinha,
então, da capacidade de produzir mercadorias e não mais do comércio.
Assim,
o capitalismo industrial provocou a disputa pelas áreas fornecedoras de
matérias-primas, pelos mercados compradores e pelos locais de investimentos
seguros, levando as grandes potências dos séculos XIX e XX (Inglaterra, França,
Bélgica, Japão, EUA e tardiamente Itália e Alemanha) a competir pela dominação
política e econômica do mundo e pela partilha dos territórios asiáticos e
africanos[4],
de acordo com seus próprios interesses.
O
resultado da competição foi o imperialismo expresso pelo domínio econômico de
uma nação sobre outra, na tentativa de manter o abastecimento de
matérias-primas e os mercados consumidores, o que teve como conseqüências o
militarismo, o nacionalismo, o racismo e a hierarquização das nações.
A
partir da Segunda
Guerra Mundial, com as potências européias enfraquecidas e em crise, surgem
os EUA como grandes investidores externos, graças ao acúmulo de capital e a seu
crescente poder político-militar. O capitalismo entra em uma nova fase,
financeira ou monopolista, com a expansão de grandes empresas[5],
o incessante acúmulo de capitais em escala mundial, o monopólio e a
internacionalização da produção. Uma das características do modo de produção
capitalista são as relações assalariadas de produção; tais relações baseiam-se
na propriedade privada dos meios de produção, livre concorrência e livre
iniciativa (economia de mercado); lucro
como objetivo; presença de duas classes sociais: burguesia e proletariado.
Atividades – Pesquise, reflita e responda
1 – Defina “Modo de produção”.
2
– Compare os modos de produção no que diz respeito as relações de produção.
3
– Quais foram as principais modificações, com o surgimento do capitalismo, na
sociedade feudal da Europa?
4
– Qual o papel do Estado no Capitalismo?
5
– Quais as principais características do capitalismo?
6
– Na sua opinião, o capitalismo promove o progresso da humanidade?
7
– Você acha que a competição é um elemento da natureza humana?
8
– Você acha que é uma condição natural da humanidade a divisão entre ricos e
pobres?
9
– Pesquise: Trabalho, profissão e identidades laborais.
10
– Pesquise e reflita: Meios de produção e relações
produtivas. Traga suas ponderações para discutirmos em sala de aula.
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Info escola - <www.infoescola.com>.
Acesso em 5 de janeiro de 2011.
[1] Podemos definir o
neoliberalismo como um conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas
que defende a não participação do estado na economia. De acordo com esta
doutrina, deve haver total liberdade de comércio (livre mercado), pois este
princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um
país.Surgiu na década de 1970, através da Escola Monetarista do economista Milton
Friedman, como uma solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973,
provocada pelo aumento excessivo no preço do petróleo. Características do Neoliberalismo (princípios
básicos): - mínima participação estatal nos rumos da economia de um
país; - pouca intervenção do governo no mercado de trabalho; - política
de privatização de
empresas estatais; - livre circulação de capitais internacionais e ênfase
na globalização; -
abertura da economia para a entrada de multinacionais; - adoção de medidas
contra o protecionismo econômico;
- desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para
facilitar o funcionamento das atividades econômicas; - diminuição do tamanho do
estado, tornando-o mais eficiente; - posição contrária aos impostos e tributos
excessivos; - aumento da produção, como objetivo básico para atingir o
desenvolvimento econômico; - contra o controle de preços dos produtos e
serviços por parte do estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente
para regular os preços; - a base da economia deve ser formada por empresas
privadas;
[2] A introdução da lei diz:
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher,
nos termos do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher;
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução
Penal; e dá outras providências.
[3] O Parágrafo 175, conhecido formalmente
como §175 StGB e também como "Section 175" na língua
inglesa, foi uma medida do Código Criminal Germânico em
vigor de 15 de maio de 1871 a 10 de março de 1994. O Parágrafo 175
considerava as relações homossexuais como crime, sendo que nas
primeiras edições também criminalizava as relações sexuais humanas com animais,
conhecidas como bestialidade.
O dispositivo legal sofreu várias emendas ao
longo do tempo. Quando os nazistas assumiram o poder em 1935, as condenações
através do Parágrafo 175 aumentaram na ordem de magnitude de 10 vezes.
[4] (neocolonialismo)
[5] (corporações
multinacionais, hoje chamadas transnacionais)
Seu blog me ajudou muito!
ResponderExcluirObrigada!
Deus te abençoe
Ótimo material
ResponderExcluirSeu blog é máximo, vai me ajudar muito na preparação das minhas aulas. Obrigado
ResponderExcluir