1. O indivíduo
1 -Introdução à Teoria do Indivíduo
1.2. O indivíduo possessivo em John Locke
O filósofo inglês John Locke nasceu em Wrington em 1632 morreu em Essex em 1704. É um dos defensores do empirismo inglês (corrente filosófica que defende que nascemos como uma tabula rasa “folha em branco” e adquirimos o conhecimento a partir da experiência).
1.3. O indivíduo possessivo
Locke e outros filósofos contratualistas (Hobbes e Rousseau) pensavam a vida do homem em sua origem, o que eles denominavam de estado de natureza.
Segundo John Locke no estado de natureza os homens são livres, não dependem da vontade dos outros homens, vivem em situação de igualdade, pois recebem as mesmas vantagens da natureza. Neste estado a vida era instituída por lei própria, e a razão é a lei natural por excelência que os homens devem respeitar, ou seja, ela a razão era o que norteava todos os princípios deste estado de natureza. E os homens no estado de natureza viviam em situação de paz.
1.4 Como nós pensamos o indivíduo?
• Indivíduo possui duas dimensões (1) como membro de uma sociedade, (2) ser
independente e autônomo “sentido moral”
• Homem é um indivíduo autônomo e independente.
• Paul Ricoeur questiona o processo de individualização. Como nos
individualizamos? Nos individualizamos através da LINGUAGEM.
A LINGUAGEM é o ponto de partida; por meio dela nos expressamos e
dizemos o mundo, ou seja, é a uma forma de colocar para fora aquilo que
pensamos. Através da linguagem o ser humano é capaz de dizer o indivíduo de
três formas:
I. DESCRIÇÕES DEFINIDAS: existe um entrecruzamento de categorias para designar
um indivíduo “O executivo que sempre compra o jornal de esportes”
EXECUTIVO: de todos os executivos nos referimos ao que sempre compra o jornal
de esportes.
JORNAL DE ESPORTES: de todas as pessoas do mundo nos referimos ao indivíduo que
sempre compra o jornal.
II. NOMES PRÓPRIOS: definição específica e permanente (singularidade do
indivíduo) “Luis eu me refiro ao Luis, resta me especificar suas propriedades:
O Luis da casa azul da esquina.”
III. INDICADORES: que podem ser pronomes pessoais (eu e tu); pronome
demonstrativo (isto e aquilo); advérbio de lugar (aqui e além); advérbio de
tempo (amanhã e agora); além de outras categorias gramaticais.
Os indicadores são diferentes dos nomes porque podem designar seres diferentes.
2. A sujeição
2.1 Michel Foucault (1926 – 1984)
Michel Foucault nasceu em Poitiers (15 de junho de 1926) e morreu em Paris (25
de junho de 1984). Graduou – se em Filosofia pela École Normale Supérieure em
1948 estudou também psicologia, história e medicina.
O Filósofo estruturalista foi um dos idealizadores do Departamento de Filosofia
da Universidade Paris – Vincennes (Paris – VIII). Levaria consigo para este
departamento os filósofos: Gilles Deleuze, François Châtelet. Em 1970 assume a
cátedra de História dos Sistemas de Pensamentos no Collège de France
ministrando seus cursos até sua morte em 1984.
Foucault militava a favor das causas sociais participando dos protestos
estudantis daquele período e em 1971 criou o GIP (Grupo de Informações sobre
Prisões).
Obras:
História da Loucura na Idade Clássica - 1961
Arqueologia do Saber - 1969
Vigiar e Punir - 1975
História da Sexualidade (3 volumes0
1. A Vontade de Saber – 1976
2. O Uso dos Prazeres – 1984
3. O Cuidado de Si – 1984
2.2 Vigiar e Punir
Na Idade Moderna o corpo se torna alvo de dois tipos de pesquisas (1) anátomo –
metafísica e outra (2) técnico – política.
A relação corpo anátomo – metafísica busca entender as funções do corpo
procurando compreender como um conjunto moral. Exemplo: braço. O que é? Para
que serve? Como funciona? Qual sua função biológica e moral? Esta forma de
observar o corpo era sobre tudo dos médicos e filósofos.
O corpo observado a partir da visão técnico - política encaminha o corpo para
adaptar – se ao ideal de vida social, utilizando técnicas para fazer com que a
pessoa fosse capaz produzir algo, exemplo: como transformar uma pessoa molenga
em um atleta ou como fazer um trabalhador produzir mais em menor tempo.
É possível perceber que Foucault observa as técnicas usadas para dominar e
domesticar o corpo na Idade Moderna.
2.3 Práticas disciplinadoras das Instituições Modernas
A) DISTRIBUIÇÃO: colocar o indivíduo em um lugar escolhido por nós.
• Construir muros e cercas para separar as pessoas do contato com a sociedade
para evitar problemas.
• Separar em grupos fazer com que cada um encontre seu espaço.
• Lugar funcional colocar a pessoa em um espaço em que possa ser vigiada.
Toda a separação tem um ideal de fila para prevalecer a hierarquia.
B) Controle de Tempo
• Pelos horários: hora para chegar, sair, almoçar...
• Marcar o tempo de sua ação: quantas peças o funcionário produz em uma hora.
• Disciplinar o corpo: para fazer bem feito.
• Adaptar o corpo aos objetos.
C) Controle de Gêneses
• Separar o veterano do aprendiz.
• Necessidade de exercícios: separar aqueles que precisam treinar mais para
melhorar seu desempenho.
• Testes para medir a habilidade.
• Dar atividade conforme as habilidades de cada um.
D) Recursos para um Bom Adestramento
• Vigilância: observar para corrigir ou punir.
• Sanção: formas de punir as pessoas que não cumprem seus deveres.
• Exame: ao saber que vão ser testados os indivíduos se autovigiam.
• Documentação: produzir o histórico da pessoa.
Bibliografia:
Caderno do Professor: Filosofia, Ensino Médio – 2ª Série, Volume
2. Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Adilton
Luis Martins, Luiza Christov, Paulo Micelli, Renê José Trentin Silveira, - São
Paulo; SEE, 2009.
Site: http://pt.wikepedia.org/wiki/Michel_Foucault acessado em 10 de novembro
de 2009.
REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da Filosofia. Vol 3. São Paulo,
Paulus. 2005. p. 949-952.
Revista: Discutindo Filosofia. Escala Educacional. Ano 1. Nº 6.
Muito legal seu blog. Ajuda muito a gente. Parabéns
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